O inverno é uma das estações que mais gosto de fotografar, a dificuldade pelo frio é recompensada pela beleza da estação. Além do ar dramático e de cores incríveis, vem com inverno a beleza do céu. E não estou falando só do nascente e poente, mas de fotografia noturna. A singularidade desse momento do ano é a ausência de nuvens durante as noites mais frias, dando a oportunidade de fotógrafos capturarem algo que é praticamente impossível do olho humano ver.

Com as técnicas certas e buscando um bom enquadramento, podemos ter resultados incríveis, que só a fotografia nos proporciona. Usando a técnica de longa exposição, que consiste em deixar o obturador da câmera aberto por segundos capturando a luz, conseguimos capturar uma bela imagem de uma parte da Via Láctea. É um resultado que gera um certo espanto e ao mesmo tempo uma grande apreciação no leitor. Como entusiasta desse tipo de fotografia farei uma série de 4 matérias, sendo essa a primeira, contando um pouco de como fiz estas fotografias em minhas viagens.

Começo com essa foto, onde retrato um grande amigo que mora na Serra da Canastra e conhece o lugar como ninguém. Helder Marques é sócio com sua namorada Mariana Vabo no projeto Abra-Canastra Expedições, que além de outras atividades proporciona acampamentos na serra, onde pude fazer essa foto. A maior dificuldade é que o fotografado, no caso o Helder, precisou ficar parado 30 segundos, que foi o tempo necessário para fazer a foto. Como o obturador fica aberto captando a luz refletida e a câmera estava estática com a ajuda de um tripé, o que se mover durante esse tempo “borra” a imagem. Mas com todas as dificuldades conseguimos fazer a foto e como tínhamos um farol de bicicleta que sempre uso como lanterna por ter um foco de luz muito bom e fechado, pedi para o Helder segura-lo apontando para o céu, que deixa a foto mais impactante.

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Filippo Ferrari