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Pela janela do ônibus

No início do mês de novembro de 2017 em viagem pela Bahia, me deparei com a oportunidade de fotografar um momento do cotidiano. Ao pensar em fotografia do cotidiano parece algo relativamente simples, mas é complexo, depende de vários fatores. É o famoso “a hora certa no lugar certo”, mas para mim tem uma fator a mais, que além de claro você estar preparado para fazer a foto, é identificar momento certo o mais rápido possível. Vi que com as experiências e vivências nos trabalhos que venho fazendo, aprendi a identificar esses momentos.

Eu estava em um ônibus sentido Poço Azul (conforme falei na matéria anterior), sentado ao lado da janela olhando a paisagem, os belos e áridos cenários do sertão baiano e como as pessoas se adaptaram ao clima hostil. Pela estrada vi muitas casas com plantação de palma (um cacto usado para alimentar o gado e também consumido por humanos) ao lado, e pessoas trabalhando pelas roças da região. Queria muito poder parar para fotografar ou pelo menos abrir a janela, que infelizmente era lacrada.

Em uma pequena vila o ônibus parou por algum motivo, do meu assento eu “vi” a foto, uma senhora conversando com um rapaz sentada em frente a sua casa. Na hora puxei o celular do bolso e abri a câmera com medo de perder esse momento. Foi posicionar o telefone, a senhora olhou para o outro lado da rua, reenquadrei e rapidamente e fiz a foto, quase que no mesmo instante o ônibus começou a andar. Imediatamente abri a foto no app Snapseed (também já fiz uma matéria sobre esse app de edição de imagem) e a editei em preto e branco para deixar a cena mais dramática.

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A cada dia a fotografia me toca de uma maneira diferente, retratar o cotidiano de outra pessoa, retratar outra vida que por segundos fez parte da minha e poder eternizar esse momento é uma coisa incrível.

Filippo Ferrari

 


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