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Acordo evita terceirização e demissão de trabalhadores na Nestlé de Cordeirópolis

Após uma negociação que contou com a presença constante dos trabalhadores, o Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região) conseguiu um acordo para evitar a demissão de cerca de 180 trabalhadores na Nestlé de Cordeirópolis (SP), e a transformação dos postos de trabalho em empregos terceirizados.

Foi firmado um acordo com a empresa, que flexibiliza o contrato, mas garante diversos benefícios aos empregados. Ficou estabelecido o adicional noturno de 50% (contra 20% da legislação), horas-extras de 60% (contra 50% da legislação) e 50% de reembolso na compra de medicamentos, além de outros tópicos. “São condições bastante superiores à dos trabalhadores terceirizados, e está mantida a representação sindical do Stial”, apontou o presidente do sindicato, Artur Bueno Júnior.

A flexibilização dos contratos atuais foi a única alternativa às demissões e terceirização total da planta da Nestlé em Cordeirópolis. As dispensas, que já haviam sido anunciadas pela empresa, teriam início em agosto, com substituição por uma mão de obra terceirizada e precária. 

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“Ante uma situação extrema imposta pela Reforma Trabalhista, que liberou a terceirização de forma irrestrita para qualquer tipo de atividade, nossa saída foi pactuar com os trabalhadores este novo contrato de trabalho”, admitiu Artur Júnior. Os trabalhadores da Nestlé de Cordeirópolis ainda mantiveram o auxílio material escolar de 30%, o ticket alimentação de R$ 330,00, a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), e demais cláusulas do acordo coletivo vigente.

REVERSÃO DAS TERCEIRIZAÇÕES

Há ainda dois itens no acordo, que revelam o sucesso da negociação sindical. A Nestlé se comprometeu a manter o volume atual de funcionários. Além disso, a reverter o processo de terceirização praticado em janeiro deste ano, alterando o contrato dos trabalhadores que estão nestas condições. 

A empresa ainda estabeleceu condições especiais para aqueles que preferirem a demissão. Eles terão a extensão do plano médico até fevereiro do ano que vem, um crédito no valor de R$ 4.080 a título de auxílio alimentação, além de 1 salário a cada 5 anos trabalhados na empresa. “Conseguimos as melhores alternativas possíveis aos empregados, diante do quadro”, finalizou o Artur Bueno Júnior.

Também participaram das negociações com a Nestlé, representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo, que representa os trabalhadores da unidade da empresa em São Bernardo do Campo (SP), e que passa pelo mesmo processo de demissões e terceirização.

As entidades tiveram apoio da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo), da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins), e da Felatran- Uita (Federação Latino Americana dos Trabalhadores da Nestlé – União Interamericana dos Trabalhadores na Alimentação).


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