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Doria prorroga quarentena até 22 de abril no Estado de São Paulo

O governo de São Paulo ampliou a quarentena no estado até o dia 22 de abril. A determinação entra em vigor a partir desta quarta-feira (8).

O Governador João Doria decidiu prorrogar por mais 15 dias a quarentena em todos os 645 municípios de São Paulo, até o dia 22 de abril. A decisão foi tomada após reunião com 15 médicos do Centro de Contingência do coronavírus, que apontaram que o contágio já chegou a cem cidades paulistas e mais de 400 hospitais públicos e privados. Projeções apontam que prolongar o distanciamento social pode evitar mais de 160 mil mortes em todo o Estado.

A determinação seguirá como a anterior, com o fechamento do comércio e mantendo apenas os serviços essenciais, como nas áreas de Saúde e Segurança.

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“A prorrogação da quarentena será feita por mais 15 dias, do dia 8 até o dia 22 de abril, em todo o estado e pelas razões que foram largamente expostas por cientistas, médicos e especialistas. Prefeitas e prefeitos terão o dever e a obrigação de seguir a orientação do Governo do Estado. Isto é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida”, afirmou o Governador.

“Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir e, se necessário, recorrer à Polícia Militar para que imediatamente possa haver a dissipação de qualquer movimento ou aglomeração de pessoas. Esta é uma deliberação que deverá ser rigorosamente seguida pela população do estado de São Paulo na defesa de suas vidas e de seus familiares”, acrescentou Doria.

O número de mortes pela COVID-19 entre 17 de março e 5 de abril já é quase igual ao total de óbitos por gripe registrados ao longo de todo o ano passado. As internações de pacientes com a confirmação da doença em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) cresceram 1.500% desde 20 de março, passando de 33 para 524, no último dia 3. As mortes subiram 180% em uma semana.

Para tentar conter o avanço dos casos, que já está lotando hospitais – somente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, são 220 pacientes suspeitos ou confirmados, dos quais 110 internados em UTI –, o Governo do Estado determinou a prorrogação da quarentena por mais 15 dias. A recomendação é que as pessoas fiquem em casa. Os serviços considerados essenciais continuam em funcionamento, como nos primeiros 15 dias da quarentena.

A decisão segue orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), do Ministério da Saúde e do Centro de Contingência do coronavírus de São Paulo, formado por epidemiologistas, cientistas, pesquisadores, infectologistas e virologistas sob a coordenação do médico David Uip.

Conforme projeção do Instituto Butantan, centro de pesquisas biomédicas vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, a prorrogação da quarentena pode evitar 166 mil óbitos em São Paulo, além de 630 mil hospitalizações e 168 mil internações em UTIs.

A extensão da quarentena também é importante para que o Estado organize a rede pública de saúde ao número crescente de doentes. Já foram ativados 1.524 novos leitos de UTI em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos. Além disso, o Governo de São Paulo prepara a implantação de um hospital de campanha no Complexo Esportivo Ibirapuera, na capital.

Casos e mortes

O número de casos de coronavírus no Estado desde 26 de fevereiro chega a 4.620. Ao todo, mais de 400 hospitais, entre públicos e privados, notificaram casos suspeitos de coronavírus. O total de mortes por COVID-19 – 275 em 20 dias – já está próximo das 297 vítimas fatais por gripe registradas em 2019.

Os dados também apontam que o coronavírus mata dez vezes mais do que todos os tipos de meningite. Até o momento são 13,7 mortes diárias, em média, por COVID-19, contra 1,3 morte/dia por meningite no estado em 2018, conforme informações consolidadas pela Vigilância Epidemiológica do Estado.

Entre as vítimas fatais da COVID-19, 85,8% tinham 60 anos ou mais. Desses, 92,1% tinham algum tipo de comorbidade. Do total de mortos pela doença, de todas as faixas etárias e que tinham alguma comorbidade, 69,1% eram cardiopatas; 47,1% possuíam diabetes; 16,1% apresentavam pneumonia; 12,6% tinham algum tipo de doença neurológica; 7,6% possuíam imunodeficiência; 3,1% eram asmáticos; e 2,2% apresentavam doença hematológica. Os boletins são divulgados diariamente no site do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado (www.cve.saude.sp.gov.br).

Cenários

O cenário epidemiológico de São Paulo em relação ao coronavírus é, no momento, melhor que em relação a outros países. O Governo do Estado decretou quarentena apenas 26 dias após o primeiro caso, quando havia 810 infectados e 22 mortes. Com isso, a curva de casos apresentou tendência de achatamento.

Na Itália, por exemplo, a quarentena foi decretada 49 dias do primeiro caso, já com 47.021 casos e 4.032 mortes, e mesmo assim a curva de contágio continuou crescente. O mesmo ocorreu na Espanha, onde a quarentena começou 45 dias depois do primeiro caso, quando havia 11.826 casos e 533 mortes.

Em São Paulo, o distanciamento social está ajudando a mitigar a transmissão de casos. As pessoas estão tendo menos contato entre si e, com isso, a taxa de contágio por COVID-19 caiu. Segundo estudo do Instituto Butantan em parceria com o Centro de Contingência, de acordo com os dados epidemiológicos disponíveis, antes das medidas de restrição a velocidade de transmissão do vírus era de uma para seis pessoas. Em 20 de março esse número caiu para uma para três. No dia 25, já era de uma para menos de duas. Mas somente quando a taxa for menor do que um para um poderá se dizer que a epidemia foi controlada.

A redução do contágio permitiu retardar o pico de internações nos hospitais da cidade de São Paulo, que ocorreria já na primeira semana de abril se nada tivesse sido feito. Conforme projeções do Instituto Butantan em parceria com a UnB (Universidade de Brasília), haveria mais doentes por coronavírus do que leitos necessários no SUS de São Paulo, e seria preciso acrescentar 20 mil novas vagas, das quais 6,5 mil de UTI. O sistema, portanto, iria colapsar.

Ainda conforme as informações do estudo, com 66% dos paulistanos em suas casas após 23 de março, houve expressiva redução de pacientes com quadros pulmonares internados em hospitais. Mas o isolamento diminuiu nos últimos dias. Em 2 de abril, era de 52,4% na cidade de São Paulo e de 51,8% no Estado.

“Esses resultados positivos reforçam a importância das medidas de afastamento social adotadas. A evolução da epidemia indica claramente que as medidas tem que ser mantidas, e a adesão da sociedade, reforçada. O Centro de Contingência avalia diariamente o impacto das medidas na mobilidade das pessoas, e a constatação é que ainda existe espaço para melhoria. Neste momento crítico da epidemia, a única medida efetiva ao nosso dispor é o distanciamento social”, afirma o médico David Uip.

A determinação seguirá como a anterior, com o fechamento do comércio e mantendo apenas os serviços essenciais, como nas áreas de Saúde e Segurança.

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo informou neste domingo (5) que o estado chegou a 275 mortes relacionadas ao coronavírus. São 15 óbitos a mais que o registrado no boletim divulgado neste sábado (4).

A alta no número de mortes foi de 6% nas últimas 24 horas. Em uma semana, a secretaria contabiliza aumento de 180% no número de mortes pela doença, em comparação com o balanço do domingo (29), quando o número de vítimas chegava a 98 pessoas.

Devem seguir funcionando durante a quarentena: Hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas; Transporte público; Transportadoras e armazéns; Empresas de telemarketing; Petshops; Deliverys; Supermercados, mercados e padarias; Limpeza pública; Postos de combustível.

Deverão seguir fechados: Bares; Restaurantes; Cafés; Casas noturnas; Shopping centers e galerias; Academias e centros de ginástica; Espaços para festas, casamentos, shows e eventos; Escolas públicas ou privadas.

*Bares, cafés e restaurantes podem manter o funcionamento em sistema de delivery e/ou drive thru.

Os hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas, públicas ou privadas, devem seguir com o funcionamento normal. As transportadoras, armazéns, serviços de transporte público, serviços de call center, petshops, bancas de jornais, táxis e aplicativos de transporte continuam funcionando com as orientações dos sanitaristas.

Os serviços de Segurança Pública, tanto estadual, quanto municipais, continuam funcionando normalmente. Os bancos e lotéricas também continuam abertos. As indústrias devem continuam operando, já que não têm atendimento ao público em geral.

Já os bares e restaurantes devem fechar e só poderão atender por delivery. A medida também afeta as padarias de todo o estado que trabalham com refeições.

Mortes

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, das 275 vítimas do coronavírus no estado, 157 são homens e 118 mulheres. Do total, 236 tinham idade igual ou superior 60 anos e as demais incluem pessoas com menos de 60, mas com alguma comorbidade.

Os casos confirmados da doença no estado chegaram a 4.620 pessoas infectadas, 154 a mais que o registrado no sábado (4), quando os infectados chegavam a 4.466 pessoas. Alta de 4% em relação ao dia anterior.

Nos cálculos da secretaria, desde 29 de março o número de pacientes confirmados com o coronavírus em São Paulo cresceu 318%, saltando de 1.451 casos para 4.620 e alcançando o dobro de municípios na última semana. Atualmente, 99 cidades paulista registram casos confirmados da infecção.

O boletim do Ministério da Saúde afirma que São Paulo concentra 77% das hospitalizações por problemas respiratórios com confirmação para COVID-19 em todo País. São 1.724 internações registradas até este domingo (5).

Em todo o País, o número de mortos pela Covid-19 chegou a 486 pessoas, totalizando 11.130 casos confirmados, segundo o boletim diário do Ministério da Saúde.

Vacinação em SP

Mais de 4,8 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a gripe em todo o estado de São Paulo. A campanha começou no dia 23 de março e registra recorde de imunização, vacinando ainda 84% dos idosos.

Os dados foram contabilizados até esta quinta-feira (2). Por dia, quase 600 mil pessoas foram imunizadas, três vezes mais que a procura inicial de idosos e profissionais de saúde no ano passado

Entre os dias 23 de março a 2 de abril, foram aplicadas doses em 760,6 mil trabalhadores de saúde (56%) e 4 milhões de idosos (84%). Coberturas vacinais similares só foram alcançadas entre esses dois grupos após um mês das etapas destinadas a eles, no ano passado.

Neste ano, idosos e trabalhadores entraram na primeira etapa de imunização para intensificar a prevenção de doenças respiratórias, no contexto de enfrentamento ao novo Coronavírus.

Portal do Governo


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