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35 lojas fechadas e álcool em gel a R$ 8: empresário fala como passar pela crise

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Divulgação Vestcasa

Com crise da pandemia, Vestcasa teve de ampliar gama de produtos para sobreviver

A rede de lojas Vestcasa – conhecida no ramo de cama, mesa e banho – teve que adaptar os negócios e fazer cortes para sobreviver à crise da pandemia de Covid-19. A marca fechou 35 lojas, demitiu 250 funcionários e fatura até 50% a menos do que antes da pandemia em algumas unidades.

“Nas lojas menores, o faturamento caiu pela metade. Nas maiores, estamos mantendo o nível de 2019”, contou Ahmed Yassin, fundador da Vestcasa, sobre os negócios na crise.

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Antes, a empresa tinha 200 lojas e 1,5 mil funcionários. Agora, são 1.250. “Esperamos manter esse número de funcionários ou aumentar até o fim do ano”, disse o empresário.

Nem por isso a empresa desistiu. “Precisamos nos reinventar”, afirmou ele. Yassin conta que a rede de lojas surgiu em meio à  crise econômica de 2008. Até então, a Vestcasa era uma indústria têxtil familiar que já existia há quase 40 anos. Em 2008, Yassin teve a ideia de reinventar os negócios e abrir pequenas lojas com a produção da indústria familiar.

Em seguida, os estoques foram aumentando para artigos de decoração e cerâmicas, a pedido do público. Em 2018, foi criada a linha para pets e, em 2019, foi inaugurada a primeira megaloja da marca em Itajaí, Santa Catarina. Neste ano de 2020, a Vestcasa tinha 200 lojas ao todo. “Com a pandemia, mantivemos só uma funcionando,  na Marginal Tietê, em São Paulo”, contou Yassin

Kit sobrevivência

Para sobreviver à crise, a Vestcasa vendeu álcool em gel a preço de custo em meio à pandemia. “Vendemos álcool em gel por R$ 8,79, enquanto um tubo era vendido a R$ 50 por concorrentes”. O segredo para o preço baixo de um item tão procurado foi a compra de uma linha de produção industrial de álcool. “Limitamos a venda do produto a duas peças por cliente, para não ter lojistas comprando para revender”, explicou Yassin.

Na linha de pets, Yassin também apostou na competitividade dos preços baixos.  “Enquanto o preço da ração para pets é R$ 90 na concorrência, na Vestcasa foi a R$ 37 na pandemia”. O empresário explica que isso é possível por conta da estratégia que a Vestcasa adotou para competir na crise: “Importações diretas da China, fábricas próprias, compra de linhas de produção e parcerias de exclusividade com fabricantes”. No caso dos produtos para pets, foi uma parceria que garantiu o valor do produto.

Para ter lucros depois de ter adotado a política de vender a preço de custo, Yassin criou um clube de compras, em que os clientes pagam uma anuidade de R$ 50.

Neste momento, com a  reabertura da economia acontecendo, 80% das lojas estão funcionando. A parte fechada corresponde a localidades que tiveram de endurecer a quarentena novamente, como no interior de São Paulo.

Com o isolamento social, as compras pelo site da Vestcasa triplicaram, mas os lucros ainda não se comparam aos que tinham nas lojas físicas pré-crise.

“A pandemia acelerou as mudanças nos negócios no Brasil”, expressou o empresário ao citar as redes sociais como ferramentas de venda. Para o futuro da marca, a estratégia do clube de compras será mantida e Yassin está trabalhando na criação de um aplicativo de delivery.


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