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Garota de 6 anos com leucemia faz campanha para encontrar doador de medula óssea

Quem vê a foto da pequena Alice Lopes Rodrigues, de 6 anos, com seu sorriso estampado no rosto nem imagina a batalha que ela enfrenta pela vida. Desde que descobriu ser portadora de leucemia, a garota de Areiópolis (SP) faz uma campanha em busca de um doador de medula óssea compatível . O recado na foto é claro: “Doe medula! Preciso de você.”

A vendedora Jéssica Lopes Sartorelli, mãe da Alice, contou que ela e o marido são apenas 50% compatíveis com a menina e, por isso, não podem fazer a doação. No caso da menina, que é filha única, o transplante de medula só pode ser feito com 100% de compatibilidade.

Por causa disso, a família iniciou uma campanha nas redes sociais para incentivar as pessoas a doarem medula óssea. O morador não pode escolher fazer a doação diretamente para Alice, mas pode ir até o hemocentro mais próximo e fazer um cadastro. (Veja abaixo como funciona.)

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Alice descobriu a leucemia quando começou a ter muitas dores no corpo. Jéssica conta que, no início, os médicos pensaram que ela tivesse infecção de urina e receitaram um antibiótico.

No entanto, 20 dias depois, as dores voltaram e ela foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda. Desde então, a menina começou a fazer quimioterapia no Hospital das Clínicas de Botucatu (SP) para tentar zerar as células cancerígenas.

“A gente não esperava, nunca teve caso nas nossas famílias. O pós-quimio que é difícil, porque depois cai toda a imunidade dela e corre muito risco de pegar infecção. É uma tensão”, desabafa a mãe.

Durante o tratamento, Alice já teve que ir para a UTI quatro vezes. A expectativa dos médicos é que o tratamento zerasse as células do câncer, mas depois de diminuir, elas voltaram a crescer.

“Ela começou a quimioterapia, mas não zerou, ficou com 1%. Aí analisaram e viram que o caso é de transplante. Nessa última quimio, as células aumentaram ao invés de diminuir, e ficou com 9%”, explica a mãe.

Depois disso, o protocolo da quimioterapia mudou e Alice fez a última sessão na semana passada. A família ainda não sabe o resultado dela, mas Alice deve realizar o transplante assim que as células cancerígenas estiverem zeradas.

Pais não são 100% compatíveis para doar medula a Alice, de Areiópolis — Foto: Jéssica Lopes Sartorelli/Arquivo Pessoal

Como doar

Para ser um doador de medula óssea, a pessoa precisa ligar no hemocentro mais próximo para saber se é possível se cadastrar. O cadastro é nacional e, por isso, doadores do Brasil inteiro podem ser compatíveis com a Alice. Veja a lista de onde é feito o cadastro.

No hemocentro da Unesp de Botucatu, o mais próximo de Areiópolis, o interessado em ser doador pode ir até a unidade de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30, levando a carteira do SUS. Ele precisa ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado geral de saúde.

No hemocentro, o doador colhe um pouco de sangue e preenche uma ficha. A partir disso, o sangue é analisado para identificar as características genéticas do doador e cruzá-las com os dados dos pacientes que precisam do transplante, para determinar a compatibilidade.

Esses dados são enviados ao Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que vai entrar em contato quando houver um paciente com possível compatibilidade. Depois de mais alguns exames, a pessoa pode realizar a doação. (Com informações de  Júlia Nunes*, G1 Bauru e Marília)


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