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‘Foi acampar sem me avisar’, pai desabafa na web sobre a morte do filho por afogamento em represa

O pai do jovem de 20 anos que morreu afogado na represa de Itupararanga, em Votorantim (SP) tenta encontrar forças para superar a perda do filho, no último domingo (11). Edmar contou que o rapaz foi acampar na represa sem avisar a família, e o que era para ser um momento de lazer acabou em morte. “Não tem como explicar como tem sido. Está igual a tentar levantar com fratura exposta na duas pernas. Você consegue imaginar isso?”.

Na publicação feita no Facebook, que teve centenas de comentários e compartilhamentos até a manhã deste sábado (17), o pai mencionou que o filho foi “vítima da desobediência aos pais” e orienta os jovens sobre aceitar as instruções dos responsáveis.

“Hoje perdi parte do que mais amava, meu filho Erick, vítima de afogamento na represa de Votorantim. Hoje perdi meu filho vítima de desobediência aos pais. Agora só resta para minha esposa e eu enterrá-lo e assim vamos fazer. Só peço a todos os amigos dele que usem essa perda para que possam refletir sobre obediência aos pais, sobre ouvir o que os pais falam”.

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Segundo Edmar, Erick estava acompanhado da namorada e alguns amigos quando ocorreu o acidente fatal com o filho. O pai conta que o jovem se afogou quando tentava atravessar um braço da represa, conforme informaram os bombeiros que atenderam a ocorrência, e que o local é proibido. Edmar conta que não sabia que o filho havia ido acampar. “Se eu soubesse teria ido lá atrás dele, na mesma hora”, conta.

A equipe de bombeiros informou que o local onde Erick tentou atravessar, um braço da represa, tem aproximadamente 75 metros de comprimento, e acabou afundando. Ainda de acordo com os bombeiros, três mergulhadores foram acionados e encontraram o corpo do jovem pouco mais de uma hora após o afogamento.

Edmar diz que quando foi informado para ir a delegacia, achou que o filho tivesse tido algum acidente de carro, e que soube da morte do filho pela cunhada de Erick. “Tudo q ele fez foi decisão dele, ninguém obrigou ele a nada, inclusive, sair da margem da represa e tentar a travessia. Eu já tinha alertado e ele não ouviu”, comenta o pai.

Sabia dos riscos

O pai contou que há seis anos levou o filho na mesma represa e informou que as pessoas que passam pela barreira, podem se acidentar. Ainda contou que tomou uma distância e falou para o filho ir nadando até ele.

Edmar reforça que o filho sabia dos riscos no local. “Ele não aguentou atravessar e ficou de pé, então eu falei: ‘se fosse em uma travessia você morreria’. E depois expliquei que o ideal seria que ele sempre respeitasse a água, os limites e a altura do peito na água.”

O último contato com o filho foi dia 29 de março, quando Erick passou o dia na casa dos pais mexendo em seu carro, junto do pai. Erick não morava mais com a família e estava trabalhando. O pai disse que o filho era muito alegre. “Tudo que minha esposa e eu podíamos fazer e falar para preparar nossos filhos para vida, nós fizemos. E infelizmente não fomos ouvidos”, finaliza. O enterro de Erick ocorreu na tarde de segunda-feira (12).

  • Colaborou sob supervisão de Eduardo Ribeiro Jr.

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