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Barragem pode ser única opção para abastecimento de água de Rio Claro, Piracicaba e Iracemápolis


Sem opções para suprir o abastecimento público, Piracicaba, Rio Claro e Iracemápolis podem depender num futuro próximo da barragem que vai ser implantada na confluência entre o rio Passa-Cinco e o Ribeirão Cabeça, entre os municípios de Rio Claro e Ipeúna (SP).

O reservatório 263,5 hectares de área alagada e deverá mudar a paisagem da região, além de atingir duas APAs (Áreas de Proteção Ambiental), inundar cavernas e sítios arqueológicos. Contudo, a obra é necessária para garantir o abastecimento de Piracicaba, que já vem sofrendo com a redução da vazão do rio Corumbataí, atualmente o principal fornecedor de água do município.

A obra custará em torno de R$ 54 milhões deve permitir uma vazão regulatória de 5,6 metros cúbicos por segundo (m3/s). O volume total do reservatório é de 33.305.817 m3, o que equivale a 30.278,01 piscinas olímpicas, considerando que cada piscina tenha 1.100 m3.

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Sergio Razera, diretor presidente diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, explicou que foram estudados sete locais na sub-bacia do Corumbataí para a implantação de uma barragem, que servirá para garantir o volume de água necessário para a captação de Piracicaba. “Estudamos sete locais e estamos estudando mais dois, sendo que o chamado P-7 (confluência do rio Passa-Cinco e Cabeça) foi considerado o melhor pelo volume de água que poderá regularizar em até 5 m3/s”, disse ele.

Razera explicou que o município de Rio Claro também deve se beneficiar da obra para o abastecimento da cidade, especialmente da região que abrange bairros como o Novo 1, Novo 2, Parque das Nações etc. “O Departamento de Água de Rio Claro tem planos de construir uma nova ETA (Estação de Tratamento de Água) naquela região para captar água da barragem, porque já enfrenta dificuldades no abastecimento dessa região”, disse.

A reportagem do Grupo Rio Claro solicitou uma entrevista sobre os problemas de abastecimento da cidade com o superintendente do DAAE, Osmar Junior, e recebeu uma nota oficial afirmando: “O Departamento Autônomo de Água e Esgoto (DAAE) reconhece a importância de uma barragem na bacia do Corumbataí para garantir o abastecimento hídrico de municípios da região. Destaca, porém, que a responsabilidade do projeto é do governo do Estado da São Paulo”.

A informação contraria o texto do projeto que afirma que o DAAE participa da equipe de coordenação do “Estudo do uso dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí”, assim como outros municípios da sub-bacia do Corumbataí, Agência PCJ, serviços de água e empresas do setor.

Outros interessados
Além de Piracicaba, a prefeitura de Iracemápolis manifestou interesse em captar água do rio Corumbataí para atender à demanda da cidade, que passa por racionamento.

Razera explicou que a prefeita de Iracemápolis, Nelita Michel (PL), pediu informações sobre a barragem e a possibilidade de captar água do Corumbataí. “Iracemápolis já está em situação de racionamento de água. As chuvas deste ano não foram suficientes e a cada ano a situação está pior”.

Segundo o diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, os efeitos das mudanças climáticas vêm alterando o ciclo de chuvas em toda a região das bacias PCJ. “As chuvas caem de forma totalmente irregular e, às vezes, concentradamente gerando inundações e cheias, mas não são suficientes para garantir o abastecimento por que não são reservadas”.

Ele destacou que a construção de barragem é apenas uma das medidas que devem ser feitas para se garantir o abastecimento futuro da região, além disso, as boas práticas agrícolas, plantio de árvores, recuperação de nascentes, reuso de água, combate a perdas, recuperação de matas ciliares, entre outras frentes de ação são necessárias para se garantir o futuro do abastecimento de água na região.


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