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Dona de casa espera há um ano por cirurgia para conseguir voltar a defecar, em Rio Claro

A dona de casa Josiane Fernanda Barbosa Vaz dos Santos de 34 anos, espera há um ano por uma cirurgia de colectomia, que vai ligar o intestino delgado direto ao reto, permitindo que ela volte a defecar, sem ter que recorrer a lavagens ou tomar remédios para dores. Josiene sofre de um quadro de constipação crônica refratárea ao tratamento clínico, com inércia colônica e dolicocólon, o que significa que fica durante mais de uma semana sem conseguir esvaziar o intestino.

O resultado são cólicas constantes, mal-estar, vômito, fraqueza e prejuízos à sua vida, gerando problemas no casamento e nas rotinas em geral. “Eu sinto muita dor e preciso ir à UPA várias vezes, inclusive na mesma semana. Lá, eu tomo remédio e faço lavagens, fico internada pelo menos uma vez por semana. É horrível e muito sofrido”, diz Josiane.

Ela afirma desde seus 14 anos enfrenta problemas para evacuar, mas há um ano a situação ficou pior, quando teve o diagnóstico de inércia colônica e foi indicada para uma cirurgia de urgência. Desde então, ela busca apoio na rede pública municipal, mas não consegue marcar a cirurgia. “Eu tive que pagar para fazer os exames porque não faz no SUS, mas a cirurgia não dá porque custa mais de R$ 20 mil e não tenho esse dinheiro. Vivo da UPA para casa e de casa para o hospital. O atendimento médico que me dão é remédio para dor, não fazem mais nada”, diz ela.
Josiane afirma que a documentação da sua cirurgia foi perdida no Cead (Centro de Especialidades e Apoio Diagnóstico de Rio Claro), da Fundação Municipal de Saúde da Prefeitura de Rio Claro, e, por isso, teve que refazer exames e outros documentos. “Cheguei lá e não sabia onde estava a documentação e tive que começar de novo. É bem difícil, viu”, afirma ela.

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RESPOSTAS
A Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro informou, por meio de nota da assessoria de imprensa, que “está acompanhando o caso e trabalha para que a cirurgia seja realizada o quanto antes”. Porém, não informou data para a cirurgia e nem o tempo que a paciente ainda terá que ficar esperando.

A unidade informou que ainda que “o procedimento foi classificado por médico cirurgião como eletivo e não de urgência”, contudo isso ocorreu há um ano e o agravamento do quadro clínico não foi considerado.

Acrescentou a Assessoria: “o processo cirúrgico foi encaminhado para a Santa Casa e aguarda a liberação do hospital para que seja realizado. A paciente entrou em contato com a Ouvidoria da Fundação de Saúde e está recebendo todos os esclarecimentos sobre o caso”.

Sobre o desaparecimento dos documentos da paciente, a Fundação respondeu que “a informação não procede. Conforme já foi relatado à paciente por equipe da Fundação de Saúde, o processo operatório foi encaminhado à Santa Casa e há cópia da documentação com a Fundação Municipal de Saúde.

SANTA CASA – A assessoria de imprensa da Santa Casa de Rio Claro, hospital que mantém convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde) enviou a seguinte nota: “a Santa Casa de Rio Claro informa que as cirurgias eletivas já foram retomadas e os agendamentos dos anos anteriores estão sendo remarcados. O aviso de remarcação será feito diretamente aos pacientes ou familiares responsáveis.”
A assessoria da Santa Casa salientou que a fila para cirurgia é coordenada pela Secretaria Estadual da Saúde e o número de leitos SUS – que são oferecidos aos pacientes atendidos pela municipalidade – é definido em contrato entre Prefeitura de Rio Claro (contratante) e a Santa Casa (contratada), sendo a ordem do atendimento controlada por uma central estadual de vagas.

SEM PRAZO – Tanto a Santa Casa quanto a Fundação de Saúde não informaram quanto tempo a paciente deverá aguarda pelo procedimento, que apesar de ser eletivo, ou seja, que permite agendamento prévio, vem causando perda da qualidade de vida e possível piora do quadro da paciente.

SECRETARIA ESTADUAL – O Grupo Rio Claro enviou uma solicitação de informações à Secretaria Estadual da Saúde para obter informações sobre a demora para a cirurgia, mas até o fechamento desta matéria, às 15h30 de quarta-feira (29/6), não havia recebido o retorno.


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