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Daae explica motivos da falta de água

Município tem 925 quilômetros de rede, sendo que 70% é de tubulação muito antiga, o que pode levar a interrupções no fornecimento de água.

Rio Claro tem uma rede de distribuição de água de aproximadamente 925 quilômetros. Desse total, 650 quilômetros, ou 71%, são de tubulação muito antiga, com mais de 80 anos. Há trechos em que essa infraestrutura ultrapassa os 100 anos. Desgastadas pelo tempo, as tubulações antigas rompem com mais facilidade e podem ocasionar interrupção temporária no fornecimento em alguns bairros. Nesses casos, o Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae), com equipe especializada, realiza reparos no mais curto período de tempo possível e na maioria das vezes é necessário parar por algumas horas o fornecimento nas imediações afetadas. “É um tipo de situação que não dá para prever, pois esses rompimentos não têm hora para acontecer”, explica o superintendente do Daae, Paulo Bortolotti. Além da tubulação antiga, Rio Claro tem também adutoras velhas feitas de ferro fundido que rompem com mais facilidade.

Em regiões como a área sul, que vêm crescendo em ritmo mais acelerado, os problemas da tubulação e adutora velhas são sentidos com mais frequência. A distribuição de água na região passa por adutora localizada sob a Rodovia Washington Luís que sofre rompimentos freqüentes devido à trepidação do solo causada pelo intenso tráfego de veículos. Para resolver esses e outros problemas, a prefeitura e o Daae intensificaram a partir de 2017 as ações pela melhoria na distribuição de água. O Parque Flórida, por exemplo, teve o seu problema de falta d’água resolvido após 10 anos de espera, assim como Ferraz. E em dezembro o distrito de Assistência também foi atendido com a entrega de reservatório de um milhão de litros e construção de adutora, levando pela primeira vez na história de Rio Claro água tratada das duas estações de tratamento à região. O Jardim Novo ganhou reservatório elevado e, para atender com mais um reservatório a região dos bairros Bonsucesso, Novo Wenzel e Bom Retiro, uma travessia subterrânea foi feita nas alças de acesso à rodovia Washington Luís, na qual passará uma adutora.

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Baixa pressão e água colorida

Para chegar às residências, a água tratada pelo Daae percorre um longo caminho. A captação é feita pela Estação de Tratamento de Água (ETA) 1, no bairro Cidade Nova, e na ETA 2, na estrada que liga o Distrito Industrial ao Distrito de Ajapi. De lá, a água tratada é enviada à Central de Distribuição, no Distrito Industrial, de onde é levada para toda a cidade. Nesse processo, podem haver os rompimentos na rede, especialmente nos trechos de tubulação antiga.

Quando há necessidade de reparos no sistema de distribuição de água, uma das situações que se observa é a queda de pressão, que faz com que o líquido chegue em quantidade menor às torneiras. Isso acontece porque leva tempo até a pressão se estabilizar após a interrupção temporária. Também pode ocorrer da água chegar às residências com uma coloração escura após reparos ou expansões na rede de distribuição de água, pelo motivo de serviços desse tipo poderem levar a situações pontuais de turbidez na água em alguns bairros. O Daae orienta a população a relatar esses casos à autarquia ou solicitar descarga de cavalete e teste da qualidade da água em seu imóvel, por meio de agendamento, que deve ser feito pela linha 0800-505-5200, com ligação de telefone fixo, ou presencialmente na Avenida 8-A, 360, bairro Cidade Nova, de segunda à sexta-feira, das 9 às 15 horas. Quanto mais rápido os moradores relatarem esse tipo de situação ao Daae, mais rápido as providências necessárias poderão ser tomadas.

Em outros casos a água também pode voltar com um aspecto esbranquiçado. Isso ocorre devido à liberação de microbolhas dissolvidas na água, erroneamente confundidas com excesso de cloro. Essa água pode ser consumida normalmente. O tom branco se deve ao fato da tubulação estar cheia de ar e assim que esse ar sai por completo, a água fica incolor. Quem preferir pode deixar a água em repouso por alguns segundos em um copo ou recipiente para a coloração desaparecer.

Manutenções preventivas

O Daae também realiza manutenção periódica nas estações de tratamento para deixar a água captada dos rios Corumbataí e Ribeirão Claro em plenas condições de consumo. São medidas preventivas necessárias para que o sistema continue operando e incluem limpeza das canaletas para captação de água e substituição de transformadores, entre outros. Esses trabalhos só podem ser feitos com o desligamento temporário da estação de tratamento e, para reduzir os transtornos à comunidade, é realizado nos finais de semana. Aos domingos o consumo médio de água na cidade é menor que nos demais dias da semana e, além disso, muitas indústrias também não operam nesse dia. A limpeza das canaletas precisa ser feita pelo menos uma vez por mês em períodos de chuvas, e a cada dois ou três meses nas estações mais secas. Além de garantir que a água chegue às torneiras dos rio-clarenses obedecendo todos os padrões de potabilidade, as manutenções também obedecem as rigorosas exigências dos órgãos fiscalizadores.

Como reduzir transtornos

A principal orientação para a comunidade reduzir os transtornos devido a eventuais interrupções do abastecimento é que mantenham em suas residências reservatório particular, também conhecido como “caixa d’água”. A instalação de reservatórios nas residências é obrigatória, conforme estabelece o Código Sanitário Estadual, mas o mais importante é que esses reservatórios podem garantir de 12 a 24 horas de abastecimento em caso de parada momentânea no abastecimento.

Água de qualidade

Os cuidados do Daae com a qualidade da água não param aí, e abrangem todo o sistema de distribuição de água das duas estações de tratamento, com análises de controle de qualidade feitas a cada hora antes da saída da água tratada para toda a cidade.

Com minuciosa verificação da água captada nas duas ETAs, diariamente, o Daae coleta 10 amostras, realizando 150 análises. Equipes rotativas trabalham 24 horas seguindo rígido controle de dosagem de produtos químicos e os padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Qualidade atestada com documento expedido em outubro pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ), confirmando a boa qualidade da água tratada e distribuída pela autarquia em todo o município, afirmando que na análise da água feita pela autarquia “não há nenhum parâmetro em desconformidade com a legislação vigente”.


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