O dólar comercial alcançou R$ 6 pela primeira vez na história nesta sexta-feira (29), encerrando o dia vendido a R$ 6,001, com alta de 0,19%. Durante a manhã, a moeda chegou a ser negociada a R$ 6,11, no pico das negociações. O movimento reflete a reação do mercado financeiro ao pacote de corte de gastos e ao aumento do limite de isenção do Imposto de Renda, anunciado pelo governo na quinta-feira (28).
Apesar do recorde no câmbio, a Bolsa de Valores (B3) conseguiu se recuperar ao longo do dia, encerrando com alta de 0,85%, a 125.668 pontos. O Ibovespa chegou a registrar queda de 0,53% pela manhã, mas reverteu o cenário no período da tarde.
Dólar e euro fecham em alta
A moeda norte-americana acumulou uma alta semanal de 3,21% e encerrou o mês de novembro com avanço de 3,8%. Já o euro comercial subiu 0,41% no dia, fechando a R$ 6,348.
Apesar da alta histórica do dólar, o Banco Central não realizou intervenções no mercado de câmbio.
Bolsa tem pior desempenho semanal desde setembro
Mesmo com o avanço registrado nesta sexta, o Ibovespa encerrou a semana com perda de 2,46%, no pior desempenho semanal desde meados de setembro. Em novembro, a queda acumulada do índice foi de 2,9%.
Declarações políticas aliviam tensão no mercado
A desaceleração do dólar ao longo do dia foi influenciada por declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Pacheco condicionou o aumento da isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil à situação fiscal do país, enquanto Haddad indicou, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que o governo está disposto a rever medidas do pacote fiscal, caso necessário.
O mercado financeiro segue atento às negociações no Congresso e às medidas econômicas adotadas pelo governo, que impactam diretamente os indicadores econômicos.