sábado, agosto 16, 2025
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Ataques de abelhas crescem no Brasil e já superam acidentes com serpentes: especialistas alertam para risco à saúde pública

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Em três anos, o Brasil registrou um aumento alarmante nos casos de ataques de abelhas africanizadas (Apis mellifera). Entre 2021 e 2024, as ocorrências saltaram de 18,6 mil para 34,2 mil – uma alta de 83%. O número de mortes mais que dobrou no mesmo período, chegando a 125 óbitos anuais, patamar que se manteve em 2024.

Segundo pesquisadores da Unesp, o cenário coloca o envenenamento por picadas de abelhas como um problema de saúde pública negligenciado. O alerta foi publicado em artigo na revista científica Frontiers in Immunology, que descreve os efeitos clínicos do veneno, os riscos para o organismo humano e a ausência de tratamento específico.

Sem antídoto disponível

Diferente do que ocorre com serpentes e escorpiões, ainda não existe soro contra o veneno das abelhas africanizadas. O primeiro produto do tipo foi patenteado pela Unesp em 2024, mas aguarda financiamento para a última fase de testes clínicos. O investimento necessário é estimado em R$ 20 milhões.

“Hoje, o tratamento é apenas sintomático. Um soro específico poderia salvar vidas”, afirma o médico Benedito Barraviera, um dos fundadores do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap).

Por que os ataques aumentaram?

O biólogo Osmar Malaspina, do câmpus da Unesp em Rio Claro, aponta que fatores como desmatamento, perda de habitat e a busca por alimentos em áreas urbanas explicam parte do crescimento. “Muitas colmeias estão migrando para dentro das cidades, o que aumenta o risco de interação com humanos”, diz.

Além disso, a defensividade natural da espécie, o aumento do número de colmeias e até condições climáticas extremas podem potencializar os ataques.

Efeitos no corpo humano

  • Uma única ferroada pode ser fatal em pessoas alérgicas, causando choque anafilático.
  • Em casos de múltiplas picadas, até indivíduos sem alergia podem sofrer intoxicação grave, com riscos de falência renal, neurológica e até parada cardiorrespiratória.

O que fazer em caso de ataque?

Especialistas orientam:

  • Não manuseie colmeias.
  • Não use inseticidas nem faça movimentos bruscos perto dos ninhos.
  • Caso seja ferroado, retire o ferrão rapidamente e afaste-se do local sem gritar ou matar abelhas.
  • Procure abrigo seguro e acione a Defesa Civil ou os bombeiros para remoção da colmeia.

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