O cardeal Dom Sérgio da Rocha, de 65 anos, atual arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil, está entre os nomes cotados para assumir o papado após a morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21). Nascido em Dobrada (SP), Dom Sérgio foi ordenado padre em 1984 na Diocese de São Carlos, onde também atuou como pároco nas comunidades de Santa Eudóxia, Água Vermelha e São Judas Tadeu.
Dom Sérgio é um dos sete cardeais brasileiros aptos a participar do Conclave — processo de eleição do novo pontífice — que deve começar nos próximos 20 dias, conforme o protocolo do Vaticano. Ele também já exerceu cargos como diretor espiritual, professor e reitor do seminário diocesano de Filosofia de São Carlos, além de lecionar na PUC-Campinas.
O cardeal é mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Em sua trajetória, foi bispo auxiliar de Fortaleza, arcebispo de Teresina (PI) e de Brasília (DF), antes de assumir a Arquidiocese de Salvador em 2020. Foi criado cardeal pelo Papa Francisco em 2016 e presidiu a CNBB de 2015 a 2019.
Cardeais brasileiros no Conclave
Dos oito cardeais brasileiros, sete estão aptos a votar na eleição do novo papa, conforme as regras da Igreja Católica, que limitam a participação a membros com menos de 80 anos. São eles:
- Dom Sérgio da Rocha – Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, 65 anos
- Dom Jaime Spengler – Presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos
- Dom Odilo Scherer – Arcebispo de São Paulo, 75 anos
- Dom Orani Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos
- Dom Paulo Cezar Costa – Arcebispo de Brasília, 57 anos
- Dom João Braz de Aviz – Arcebispo emérito de Brasília, 77 anos
- Dom Leonardo Steiner – Arcebispo de Manaus, 74 anos
O único brasileiro impedido de votar é Dom Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, que tem 87 anos. Apesar disso, ele será convidado a integrar o Colégio dos Cardeais, responsável por questões urgentes da Igreja até a eleição do novo papa.
Perfil dos cardeais brasileiros
Dom Jaime Spengler, natural de Gaspar (SC), lidera a CNBB e a Arquidiocese de Porto Alegre. Ingressou na Ordem dos Frades Menores nos anos 1980 e foi nomeado arcebispo em 2013. Tornou-se cardeal em 2023.
Dom Odilo Scherer, de Cerro Largo (RS), é arcebispo de São Paulo desde 2007 e participou do Conclave de 2013. É doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e foi nomeado cardeal no mesmo ano em que assumiu a arquidiocese.
Dom Orani Tempesta, natural de São José do Rio Pardo (SP), foi ordenado cardeal em 2014. Ele é o atual arcebispo do Rio de Janeiro e esteve à frente da Jornada Mundial da Juventude de 2013.
Dom Paulo Cezar Costa, de Valença (RJ), é doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana e lecionou na PUC-RJ. Tornou-se bispo auxiliar do Rio em 2010, arcebispo de Brasília em 2020 e cardeal em 2022.
Dom João Braz de Aviz, de Mafra (SC), é prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada no Vaticano desde 2011. Foi criado cardeal em 2012 e participou do Conclave que elegeu o Papa Francisco.
Dom Leonardo Steiner, de Forquilha (SC), é o primeiro cardeal da Amazônia, nomeado em 2022. Com atuação voltada para temas ambientais e sociais, ele é o atual arcebispo de Manaus.
Ao todo, 138 cardeais do mundo inteiro estão aptos a votar no Conclave que definirá o novo líder da Igreja Católica.