Crianças e adolescentes estão entre as principais vítimas; atendimento rápido reduz riscos de sequelas
Com a proximidade das comemorações de Natal e Ano-Novo, período em que aumenta o uso de fogos de artifício, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo reforça as orientações para prevenir acidentes e queimaduras. Todos os anos, unidades de saúde registram atendimentos relacionados ao manuseio inadequado desses artefatos, muitos deles evitáveis com medidas simples de segurança.
O uso incorreto de fogos pode provocar queimaduras de diferentes graus — de lesões superficiais a ferimentos profundos que atingem músculos, tendões e ossos —, com maior incidência em mãos, rosto e olhos. Crianças e adolescentes figuram entre as principais vítimas, frequentemente por falta de supervisão ou pela falsa percepção de que alguns artefatos são inofensivos.
O que fazer em caso de queimadura
Diante de uma queimadura, a orientação é interromper imediatamente o contato com a fonte de calor e lavar a área atingida com água corrente, em temperatura ambiente, por alguns minutos. Não devem ser aplicados produtos caseiros, pomadas ou qualquer substância sem orientação profissional. A avaliação médica é fundamental para determinar a gravidade e evitar complicações.
“Em queimaduras causadas por fogos, é essencial interromper a ação do calor resfriando a região com água corrente fresca por cerca de 15 a 20 minutos. Não se deve usar gelo nem produtos como creme dental”, orienta Haniel Hitner Rocha, médico coordenador da Unidade de Queimados do Hospital Geral de São Mateus. Segundo ele, o resfriamento adequado reduz a inflamação e a profundidade da lesão.
Riscos da demora no atendimento
Sem assistência adequada, queimaduras podem evoluir para infecções, dor intensa, cicatrizes permanentes e, em casos graves, perda de função do membro afetado. Situações com bolhas extensas, áreas esbranquiçadas ou escurecidas da pele, sangramento, dificuldade de movimento ou ferimentos em rosto, mãos, pés e genitais são consideradas graves e exigem atendimento imediato.
“A reação rápida é decisiva para evitar danos funcionais e estéticos e reduzir o risco de vida. Primeiros socorros corretos salvam tecidos, diminuem sequelas e salvam vidas”, reforça o especialista.
Orientações de prevenção
A Secretaria recomenda evitar o manuseio de fogos de artifício, especialmente em ambientes residenciais. Quando utilizados, devem ser adquiridos apenas em locais autorizados, manuseados exclusivamente por adultos e conforme as instruções do fabricante, mantendo distância segura de pessoas e materiais inflamáveis. Crianças não devem, em hipótese alguma, manipular fogos.
No estado de São Paulo, a Lei nº 17.389/21 proíbe a queima, soltura e comercialização de fogos com estampido, permitindo apenas artefatos sem efeito sonoro. A medida busca reduzir riscos à saúde da população — especialmente de crianças, idosos, pessoas com transtorno do espectro autista e pacientes hospitalizados — e proteger animais sensíveis ao ruído. O descumprimento da legislação pode gerar penalidades previstas em lei.



