Um registro inédito e histórico marcou o Parque Estadual do Utinga, em Belém (PA): pela primeira vez, uma garça-da-mata (Agamia agami), uma das aves mais raras do Brasil, foi avistada na região. A descoberta foi feita pelo vice-presidente do Clube de Observação de Aves do Pará (Coapa), Gustavo Melo, próximo ao espaço de aluguel de bicicletas do parque.
A garça-da-mata, conhecida também como garça-da-floresta, é famosa por sua plumagem vibrante que mistura tons de azul, verde e castanho. Com comprimento entre 65 e 76 centímetros, é considerada a garça brasileira com a plumagem mais colorida. A ave vive em bordas de florestas e áreas alagadas da Amazônia, o que torna sua aparição em um ambiente urbano protegido como o Parque Estadual do Utinga ainda mais significativa.
Marco na Preservação
Segundo Gustavo Melo, o registro da garça-da-mata ressalta a biodiversidade local e reforça a importância do parque na proteção de espécies ameaçadas. “Nunca houve registro fotográfico da garça-da-mata em Belém ou no Parque Estadual do Utinga. Esse avistamento evidencia a riqueza de espécies que o parque é capaz de atrair e proteger”, afirmou.
Para Ellivelton Carvalho, especialista em biodiversidade, a presença da ave no parque confirma o sucesso das ações de preservação. “Esse é um marco que comprova a eficácia de áreas protegidas na conservação de espécies ameaçadas. É um sinal de que o equilíbrio entre urbano e conservação é possível”, destacou.
Desafios e Conscientização
Apesar da alegria pelo registro, pesquisadores alertam para os desafios de conservação da garça-da-mata, cuja presença está diretamente ligada à preservação de habitats alagados. Júlio Meyer, gerente da Região Administrativa de Belém e responsável pelo Parque do Utinga, ressaltou a importância de proteger espaços naturais.
“Esse avistamento inédito demonstra que o Parque Estadual do Utinga vai além de ser um espaço de lazer. É um patrimônio natural que conecta a cidade à sua biodiversidade e reforça a necessidade de investir em ciência, turismo sustentável e educação ambiental”, explicou Meyer.
O episódio também impulsionou esforços de conscientização para preservação do parque como um santuário de biodiversidade. “O Parque do Utinga é um exemplo vivo de como áreas protegidas podem resguardar espécies únicas, mesmo em um cenário urbano”, concluiu Meyer.
O registro da garça-da-mata é, sem dúvidas, um lembrete da riqueza natural da Amazônia e da necessidade de preservação de habitats únicos em meio à urbanização crescente.