A lua cheia de julho, popularmente conhecida como “lua do veado”, poderá ser observada nesta quinta-feira (10) em todo o Brasil. Apesar do nome chamativo, o fenômeno não apresenta características astronômicas distintas das demais luas cheias do ano, segundo especialistas.
A denominação tem origem na tradição de povos nativos da América do Norte, que associavam o mês de julho ao período de crescimento dos chifres de veados e cervos. O nome acabou sendo incorporado em calendários populares, mas não tem relação com eventos lunares específicos e não se aplica à fauna sul-americana.
De acordo com Helio Jaques Rocha Pinto, presidente da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), a expressão pode gerar interpretações equivocadas. “É uma lua cheia como qualquer outra. Usar esse tipo de nome pode causar a falsa expectativa de que haverá algum espetáculo incomum no céu”, afirma.
Adriano Leonês, do Clube de Astronomia de Brasília, também alerta para a imprecisão cultural do termo no contexto do Hemisfério Sul. “É apenas uma lua cheia, com 100% de visibilidade, como ocorre todos os meses. Essas nomenclaturas são importadas de contextos que não se aplicam à nossa realidade”, pontua.
Além da “lua do veado”, a lua cheia de julho recebe outros nomes em diferentes culturas. No Hemisfério Norte, é chamada de:
- Lua do trovão, por coincidir com a temporada de tempestades;
- Lua do salmão, associada à migração do peixe no Alasca;
- Lua do feno, ligada ao período de colheita na Europa;
- Lua cheia do Guru (Guru Purnima), que marca celebrações espirituais no hinduísmo e budismo.
No Hemisfério Sul, essa lua tende a aparecer mais alta no céu durante a noite, enquanto no Norte ela é vista mais próxima do horizonte.
Apesar de não representar um evento astronômico raro, a lua cheia de julho deve proporcionar belas imagens e pode ser observada a olho nu em regiões com céu limpo.