terça-feira, julho 15, 2025
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Pesquisa com participação da Unesp de Rio Claro revela que plantas mediterrâneas estão florescendo mais cedo devido às mudanças climáticas

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Um estudo publicado na revista Functional Ecology revelou que plantas em regiões mediterrâneas estão antecipando o período de floração em resposta ao aumento das temperaturas causado pelas mudanças climáticas. A pesquisa, que acompanhou o comportamento de 269 espécies ao longo de 35 anos, indica que cerca de 90% delas passaram a florescer, em média, 19 dias mais cedo do que nas décadas anteriores.

A investigação é assinada pelos pesquisadores Daniel Pareja-Bonilla, Pedro Luis Ortiz e Montserrat Arista, da Universidade de Sevilha (Espanha), e por Patrícia Morellato, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro (SP). O trabalho foi conduzido em uma comunidade de alta diversidade vegetal típica do bioma mediterrâneo.

De acordo com os autores, o avanço no período de floração não ocorre de forma aleatória. As mudanças observadas estão diretamente ligadas aos chamados traços funcionais das plantas, como altura, largura das folhas, área foliar específica e características florais. Espécies lenhosas de menor porte, com folhas largas e flores grandes foram as que apresentaram maior antecipação no início da floração.

Além disso, plantas que florescem no inverno demonstraram maior sensibilidade às variações de temperatura em comparação àquelas que florescem no verão.

“Quase 90% das espécies florescem hoje pelo menos 19 dias antes do que nos anos 1980. Isso equivale a um avanço de quase um dia a cada dois anos, o que representa uma taxa muito acelerada, principalmente quando comparada a outras regiões do mundo”, explicou o pesquisador Daniel Pareja-Bonilla.

Ele também destacou que os traços funcionais que explicam as mudanças no Mediterrâneo diferem dos encontrados em estudos realizados em outros biomas. “Características reprodutivas, como o investimento em flores e o momento do ano em que ocorre a floração, tiveram grande influência nos resultados”, afirmou.

O estudo ressalta a importância de entender como as espécies reagem às mudanças ambientais de acordo com suas características específicas. Os autores alertam para possíveis impactos ecológicos nas florestas mediterrâneas, uma vez que a alteração no tempo de floração pode interferir em processos como polinização, competição entre espécies e equilíbrio dos ecossistemas.

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