Pesquisadores japoneses começaram os primeiros testes em humanos de um medicamento que promete revolucionar o tratamento para perda dentária. A tecnologia, desenvolvida por uma equipe liderada por Katsu Takahashi, do Instituto de Pesquisa Médica do Hospital Kitano, em Osaka, utiliza a proteína USAG-1 para estimular o crescimento de dentes naturais.
A pesquisa já apresentou resultados promissores em animais, como camundongos e furões. Agora, o foco está na segurança e eficácia do tratamento em humanos.
Como funciona o tratamento
A medicação atua bloqueando a proteína USAG-1, o que estimula a regeneração dentária. Se for comprovada a eficácia, essa abordagem poderá substituir métodos tradicionais, como implantes e dentaduras, tornando o tratamento mais acessível e menos invasivo.
Os testes têm como alvo principal crianças e adultos que sofrem de uma condição genética rara, caracterizada pela ausência de seis ou mais dentes permanentes desde o nascimento.
Desafios e perspectivas
Apesar do otimismo, a equipe de pesquisa reconhece que há desafios no desenvolvimento da tecnologia. Um dos principais é garantir que os dentes cresçam na posição correta e atendam às necessidades estéticas e funcionais de mastigação.
“O crescimento do dente pode ser controlado pela aplicação do medicamento, mas, caso ele nasça no lugar errado, é possível corrigir com ortodontia ou transplantes”, explicou Katsu Takahashi.
Impacto global
Caso a pesquisa avance com sucesso, a tecnologia pode beneficiar milhões de pessoas ao redor do mundo. O Japão, que possui uma das populações mais envelhecidas do planeta, é um dos países que mais pode se beneficiar com a inovação.
“O processo para regenerar dentes humanos é como uma série de ultramaratonas consecutivas, mas estamos confiantes de que essa tecnologia trará benefícios significativos para pacientes”, afirmou Angray Kang, professor de odontologia na Queen Mary University, em Londres.
A equipe responsável pelos estudos espera que os testes iniciais tragam resultados concretos até o final de 2025, marcando um novo capítulo na odontologia regenerativa.