O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão plenária de hoje marcou sua despedida da Corte.
“Sinto que agora é hora de seguir novos rumos”, declarou o ministro durante seu discurso de despedida. Barroso afirmou que pretende viver sem exposição pública após deixar o cargo e que não tem “qualquer apego ao poder”.
A saída deve ser oficializada na próxima semana, após o ministro liberar processos que ainda estão sob sua responsabilidade.
O anúncio ocorre pouco tempo depois de Barroso deixar a presidência do STF e ser alvo de sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos — fato que, segundo ele, não teve relação com a decisão.
“Dois anos atrás, eu já tinha dito ao presidente Lula essa minha intenção de deixar o STF. Não tem nenhuma relação com os Estados Unidos. Foi um movimento errado, com base em uma narrativa falsa”, afirmou Barroso em entrevista coletiva.
Trajetória
Luís Roberto Barroso ingressou no STF em 2013, indicado pela então presidente Dilma Rousseff para a vaga deixada por Carlos Ayres Britto. Natural de Vassouras (RJ), é doutor em direito público pela Uerj e mestre pela Universidade Yale, nos Estados Unidos.
Antes de ser ministro, atuou como advogado e defendeu causas de grande repercussão, como a interrupção da gravidez em casos de fetos anencéfalos, as pesquisas com células-tronco, a união homoafetiva e a defesa do ex-ativista italiano Cesare Battisti.
Durante o discurso, Barroso agradeceu a Dilma Rousseff pela nomeação “de forma republicana” e destacou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na defesa do STF.
“Sou grato à presidente Dilma Rousseff, que me nomeou de forma republicana, e ao presidente Lula por sua firme defesa do tribunal quando esteve sob ataque”, disse.
Despedida
Em tom de serenidade, o ministro afirmou que deixa o cargo com “a consciência tranquila” e sem ressentimentos.
“Não foram tempos banais, mas não carrego comigo nenhuma mágoa. Confio que o STF continuará sendo o guardião da Constituição e da democracia”, declarou.
Com a aposentadoria de Barroso, o presidente Lula deverá indicar um novo nome para ocupar a vaga, que será analisado pelo Senado Federal.