O cantor sertanejo João Vitor Malachias foi condenado a 35 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato da dentista Bruna Angleri, de 40 anos, em Araras (SP). A sentença foi proferida nesta quarta-feira (16) após julgamento realizado no Fórum da cidade.
O réu foi considerado culpado por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A sessão do júri popular teve início às 8h30, com a presença do acusado, que foi escoltado por agentes da Polícia Penal de Santa Cruz da Conceição. O julgamento, que ocorreu sob segredo de Justiça, contou com sete jurados — quatro homens e três mulheres — que votaram de forma unânime pela condenação.
Além do crime de feminicídio, Malachias também respondia por violência doméstica, descumprimento de medida protetiva, furto e destruição de cadáver.
Relembre o caso
O corpo de Bruna Angleri foi encontrado no dia 27 de setembro de 2023, em sua residência, localizada em um condomínio de alto padrão no município de Araras. Segundo a investigação, a vítima apresentava sinais de agressão e o corpo foi parcialmente carbonizado.
João Vitor Malachias, ex-companheiro da dentista, era o principal suspeito desde o início das apurações. Ele chegou a ser ouvido pela Polícia Civil, mas negou envolvimento no crime e se recusou a realizar exames periciais, com base no direito constitucional de não produzir prova contra si.
Dez dias após o crime, a Justiça expediu um mandado de prisão. O cantor foi localizado em um posto de combustíveis entre as cidades de Ribeirão Preto e Cravinhos, quando tentava fugir para o estado de Goiás. Segundo a polícia, ele percorreu aproximadamente 23 quilômetros por áreas de canavial e pode ter contado com apoio externo durante a tentativa de fuga.
Após a condenação, Malachias permanece detido e cumprirá pena em regime inicialmente fechado.