segunda-feira, julho 7, 2025
InícioSaúdeAranha causa cobreiro? Instituto Butantan esclarece relação com herpes-zóster

Aranha causa cobreiro? Instituto Butantan esclarece relação com herpes-zóster

FIQUE ATUALIZADO

📲 Siga nosso canal do WhatsApp, ative o "sininho" e receba informações em tempo real 📲( clique aqui)

Uma dúvida comum entre a população é se o contato com aranhas pode causar “cobreiro” — nome popular das lesões na pele provocadas pela herpes-zóster. O Instituto Butantan esclareceu, por meio do aracnólogo Paulo Goldoni, que essa associação não tem fundamento científico.

De acordo com o especialista, cobreiro é o nome popular da herpes-zóster, doença causada pelo vírus varicela-zoster, o mesmo responsável pela catapora. Após a infecção inicial, geralmente na infância, o vírus pode permanecer inativo no organismo por anos e ser reativado em determinados momentos, principalmente em pessoas com imunidade baixa ou mais idosas.

A herpes-zóster se manifesta por meio de lesões avermelhadas na pele, acompanhadas de coceira, dor, formigamento, febre e mal-estar. Em geral, as lesões surgem no tórax, pescoço ou costas, e apenas de um lado do corpo. Além disso, a doença pode deixar sequelas, como dor crônica, e o tratamento é feito com antivirais. Existe ainda uma vacina preventiva disponível na rede privada.

Por que as aranhas são associadas ao cobreiro?

Segundo Goldoni, a origem da crença está relacionada à aparência e ao comportamento de algumas aranhas, especialmente as caranguejeiras, da família Theraphosidae. No Brasil, há cerca de 185 espécies descritas dessa família. Essas aranhas possuem cerdas urticantes — estruturas que podem causar reações alérgicas ao entrarem em contato com a pele humana.

O contato com essas cerdas pode provocar vermelhidão, coceira, bolhas e lesões locais, que são, muitas vezes, confundidas com os sintomas da herpes-zóster. No entanto, a reação é alérgica e localizada, diferente das lesões virais que se espalham em nervos específicos e causam dor intensa.

As caranguejeiras lançam as cerdas como mecanismo de defesa, e os efeitos podem atingir até os olhos ou o trato respiratório, provocando espirros, irritação e, em casos raros, inflamações mais graves. Mesmo assim, o Instituto Butantan ressalta que essas aranhas não são agressivas e os acidentes geralmente ocorrem quando elas são manipuladas ou perturbadas.

Soro antiveneno é necessário nesses casos?

A resposta é não. As cerdas urticantes das caranguejeiras não estão conectadas às glândulas de veneno e, portanto, não causam envenenamento. O tratamento é feito com medicação antialérgica, de acordo com os sintomas. Já as picadas dessas aranhas podem causar dor, coceira e inchaço, mas não exigem a aplicação de soro antiaracnídico.

O Butantan alerta que, em caso de contato com esses aracnídeos, é recomendado não tocar e deixar o animal seguir seu caminho. Em caso de reação alérgica mais intensa, o ideal é procurar atendimento médico.

RELACIONADOS

CATEGORIAS

últimas notícias