A incidência de câncer de pele no Brasil deve atingir cerca de 704 mil novos casos em 2025, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Trata-se do tipo de câncer mais comum no país, considerando carcinomas e melanomas, o que reforça a importância da prevenção contínua e do diagnóstico precoce.
Especialistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), em São Paulo, alertam que qualquer ferida na pele que não cicatriza em até quatro semanas deve ser avaliada por um profissional de saúde.
Existem três principais tipos de câncer de pele. O carcinoma basocelular é o mais frequente e costuma se manifestar como uma ferida que não cicatriza. O carcinoma espinocelular pode aparecer como uma casquinha que sangra, uma área áspera ou uma lesão que cresce rapidamente. Já o melanoma, considerado o tipo mais agressivo, geralmente surge como uma pinta nova ou uma lesão que apresenta mudanças de tamanho, forma ou cor.
Segundo a dermatologista Bethânia Cavalli, responsável pelo Ambulatório de Oncologia Cutânea do HSPE, o melanoma muitas vezes começa de forma discreta. Pode ser uma mancha ou pinta que se modifica com o tempo ou uma ferida que demora mais do que o esperado para cicatrizar. Por não causar dor inicialmente, esse tipo de lesão costuma ser ignorado.
Uma das formas mais simples de identificar sinais suspeitos é por meio da regra do ABCDE, utilizada no autoexame da pele. O método avalia cinco critérios: assimetria da lesão, bordas irregulares, variação de cor, diâmetro maior que seis milímetros e evolução ou mudança ao longo do tempo. Ao perceber qualquer uma dessas características, a orientação é procurar um dermatologista.
A proteção da pele deve ser adotada durante todo o ano, e não apenas no verão. A exposição solar acumulada ao longo da vida, sem proteção adequada, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Entre as recomendações estão o uso diário de protetor solar, mesmo em dias nublados, a utilização de chapéus, roupas com proteção UV e óculos de sol, além de evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h. Áreas como orelhas, pescoço, nuca, couro cabeludo e pés também exigem atenção.
Pessoas com pele clara, olhos claros, histórico familiar de câncer de pele ou exposição solar intensa devem redobrar os cuidados e manter acompanhamento dermatológico regular, preferencialmente com consultas anuais.
No HSPE, pacientes com maior risco passam por avaliações específicas, incluindo o uso da dermatoscopia digital, tecnologia que permite a análise detalhada das lesões cutâneas. O exame auxilia na identificação precoce de alterações suspeitas, contribuindo para diagnósticos mais rápidos e precisos.



