Pesquisadores identificaram um circuito cerebral capaz de reduzir a ansiedade sem comprometer funções como memória e cognição. O estudo, publicado na revista científica Neuron em 28 de janeiro, utiliza a fotofarmacologia para mapear o impacto de determinados medicamentos no cérebro.
Os testes mostraram que a ativação do receptor mGluR2, presente nas células cerebrais, reduz os sinais de ansiedade sem os efeitos colaterais comuns das medicações atuais, como sonolência e dificuldade de concentração.
Como funciona
Os cientistas analisaram substâncias que ativam o receptor de glutamato metabotrópico 2 (mGluR2), presente em várias áreas do cérebro. A pesquisa identificou dois circuitos cerebrais ligados à ansiedade:
• O primeiro conecta o córtex pré-frontal ventromedial à amígdala, reduzindo a ansiedade, mas com impacto negativo na memória.
• O segundo liga a ínsula à amígdala e também diminui a ansiedade, porém sem efeitos colaterais.
A grande inovação do estudo foi o uso da fotofarmacologia, técnica que ativa moléculas cerebrais com luz, permitindo um controle preciso dos medicamentos.
Próximos passos
Com os resultados, os pesquisadores pretendem desenvolver tratamentos que atuem especificamente no circuito ínsula-amígdala, minimizando efeitos adversos. Além disso, a técnica poderá ser explorada em outras classes de medicamentos, como opióides e antidepressivos.