Cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, podem ter encontrado uma solução promissora para doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer. A pesquisa, publicada na revista científica iScience, sugere que neurônios danificados pela doença podem ser recuperados. Os testes, realizados em células humanas e de camundongos, apresentaram resultados positivos, mas mais experimentos são necessários para confirmar a eficácia da técnica.
A Técnica de Recuperação
A nova técnica desenvolvida pelos pesquisadores envolve a separação e modificação de proteínas específicas do cérebro, conhecidas como “proteínas de heparam sulfato-modificadas”. Estas proteínas, após serem isoladas e tratadas, podem voltar a desempenhar suas funções normais, ajudando a evitar a morte dos neurônios e retardando os sintomas do Alzheimer. Os cientistas acreditam que esse processo pode se tornar um tratamento eficaz contra a doença.
Importância das Proteínas de Heparam Sulfato-Modificadas
Os pesquisadores identificaram que o Alzheimer é agravado pelo mau funcionamento das proteínas de heparam sulfato-modificadas, que são cruciais para a cognição e a interação com o meio ambiente, além de desempenharem um papel regulatório na reparação celular. Nos estágios iniciais das doenças neurodegenerativas, essas funções são prejudicadas, mas a modificação dessas proteínas mostrou ser capaz de interromper a degeneração, permitindo que as células se reparem e evitando a morte dos neurônios.
Resultados Promissores em Camundongos
Nos testes realizados com camundongos, a interrupção da progressão negativa das células melhorou as funções das mitocôndrias e reduziu o acúmulo de lipídios, ambos fatores importantes ligados a doenças neurodegenerativas. Os pesquisadores acreditam que a modificação da expressão das proteínas de heparam sulfato-modificadas pode ser a chave para o desenvolvimento de medicamentos que ajudem nesse processo de recuperação neuronal.
Esperança e Necessidade de Mais Pesquisas
Embora a causa do Alzheimer ainda seja desconhecida, há uma forte convicção de que a genética desempenhe um papel significativo no desenvolvimento da doença. O Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em idosos, responsável por mais da metade dos casos de demência. No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência, com aproximadamente 100 mil novos casos diagnosticados anualmente. Globalmente, o número de pessoas com demência chega a 50 milhões.
Os cientistas envolvidos na pesquisa reconhecem a necessidade de mais estudos para validar esses achados. No entanto, eles acreditam que a técnica pode abrir caminho para tratamentos não apenas para o Alzheimer, mas também para outras doenças neurodegenerativas, como o Parkinson e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).