Pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, identificaram 14 proteínas que podem ser alvo para melhorar a eficácia da imunoterapia com células CAR-T, utilizada no tratamento de cânceres hematológicos, como leucemias e linfomas.
O estudo, publicado no Journal of Proteome Research, foi conduzido pelo doutorando John Oluwafemi Teibo, bolsista da Fapesp, sob orientação do professor Vitor Faça. A pesquisa se concentrou em analisar os mecanismos moleculares envolvidos na resposta à terapia celular CAR-T, que consiste em modificar linfócitos T do paciente para que reconheçam e ataquem células cancerígenas.
“Essa terapia é um avanço importante no combate a doenças hematológicas, mas ainda não entendemos totalmente como ela funciona em nível molecular. Nosso objetivo foi mapear as vias de sinalização e os efetores envolvidos no processo”, afirmou Teibo.
Os pesquisadores analisaram bases de dados científicos como PubMed e Scopus e identificaram 14 proteínas envolvidas na resposta à terapia. Essas proteínas foram classificadas em quatro grupos: citocinas (como interferon gama e CCL3), quinases (como LCK, ITK, JAK2 e B-Raf), receptores (como CD80 e CD20) e proteases/mensageiros químicos (como Granzyme B e TNF-α).
Segundo os autores, essas proteínas têm potencial para servir como biomarcadores que podem prever a resposta ao tratamento ou mesmo guiar melhorias na construção das células CAR-T. A pesquisa utilizou a proteômica — área que estuda o conjunto de proteínas expressas em uma célula ou tecido — aliada a técnicas modernas como a espectrometria de massas, para avaliar a abundância, localização e modificações dessas proteínas.
“Nosso trabalho abre caminho para uma melhor compreensão do funcionamento da terapia e pode contribuir para torná-la mais eficaz, segura e acessível”, conclui Teibo.
O CTC é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiados pela Fapesp.