A agência reguladora dos Estados Unidos (FDA) aprovou um novo antibiótico para o tratamento de infecções urinárias recorrentes, o primeiro medicamento oral desse tipo em quase três décadas. O fármaco, chamado Blujepa, foi desenvolvido pela farmacêutica GSK e traz uma nova opção para pacientes que enfrentam resistência aos tratamentos convencionais.
O medicamento contém a substância ativa gepotidacina, que age inibindo duas enzimas essenciais para a multiplicação das bactérias causadoras das infecções do trato urinário (ITUs). O desenvolvimento do Blujepa contou com apoio da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (BARDA), ligada ao governo norte-americano.
As ITUs estão entre as infecções bacterianas mais comuns em mulheres. Estima-se que cerca de 50% das mulheres terão pelo menos uma infecção urinária ao longo da vida e, entre elas, um terço enfrentará casos recorrentes. Nos Estados Unidos, essas infecções são responsáveis por aproximadamente 8 milhões de atendimentos em pronto-socorros e 100 mil hospitalizações a cada ano.
O Blujepa foi testado em mais de 3 mil mulheres e meninas. Os estudos clínicos mostraram que o novo antibiótico foi mais eficaz que a nitrofurantoína, um dos tratamentos orais mais utilizados atualmente para infecções urinárias. Durante os testes, os efeitos colaterais mais frequentes foram diarreia (16%) e náusea (9%), a maioria de leve intensidade.
A aprovação do Blujepa é considerada um avanço no enfrentamento das infecções urinárias resistentes a antibióticos tradicionais. Especialistas destacam que, embora existam alternativas naturais ou homeopáticas para casos leves, o acesso a novas opções antibióticas é fundamental em infecções mais severas ou em situações em que outros tratamentos não estejam disponíveis.
A expectativa da GSK é que o medicamento chegue ao mercado no segundo semestre de 2025.