Um avanço histórico para a medicina regenerativa será realizado em Israel: cientistas da Universidade de Tel Aviv, em parceria com a startup Matricelf, vão realizar o primeiro transplante de medula espinhal do mundo em seres humanos utilizando células reprogramadas do próprio paciente. O procedimento deve ocorrer nos próximos meses e tem como objetivo permitir que pessoas paralisadas voltem a andar.
Procedimento inovador
O transplante começará com células sanguíneas do paciente, que serão reprogramadas para se tornarem semelhantes a células-tronco, capazes de se transformar em qualquer tipo de célula. Paralelamente, o tecido adiposo do paciente será utilizado para criar um hidrogel personalizado, servindo de base para que as células-tronco se desenvolvam em uma estrutura tridimensional da medula espinhal.
Essa medula cultivada em laboratório será implantada para substituir a parte lesionada, fundindo-se com o tecido saudável acima e abaixo da lesão.
Resultados em animais animam cientistas
O método já foi testado em ratos com paralisia crônica, com resultados promissores: 80% dos animais recuperaram a mobilidade e voltaram a andar normalmente. Os pesquisadores esperam alcançar efeito semelhante em humanos, o que representaria uma revolução no tratamento de lesões medulares.
Aprovação e perspectivas
A cirurgia recebeu autorização do Ministério da Saúde de Israel para uso compassivo em até oito pacientes com paralisia causada por lesões na medula. Caso os resultados sejam positivos, o procedimento poderá ser expandido para testes clínicos maiores e, futuramente, se tornar parte do tratamento padrão para vítimas de lesões medulares.
Impacto global
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 15 milhões de pessoas no mundo vivem com lesões na medula espinhal, sendo a maioria causada por acidentes de trânsito, quedas ou violência. O avanço israelense oferece esperança para milhares de pacientes que aguardam soluções eficazes e menos invasivas.
Este avanço representa não apenas inovação científica, mas também a possibilidade de devolver mobilidade e qualidade de vida a pessoas que enfrentam paralisias há anos.