Uma nova linhagem do vírus Sars-CoV-2, chamada XEC e pertencente à variante Ômicron, foi detectada no Brasil. A variante foi identificada no Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. O primeiro caso no país foi confirmado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em duas amostras de pacientes diagnosticados com covid-19 em setembro na capital fluminense.
Após a confirmação inicial no Rio de Janeiro, outros pesquisadores identificaram genomas da XEC em São Paulo e Santa Catarina, a partir de amostras coletadas entre agosto e setembro. A linhagem XEC foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante sob monitoramento” em 24 de setembro, após seu aumento de detecções em países como Alemanha, espalhando-se rapidamente por Europa, Américas, Ásia e Oceania.
De acordo com a pesquisadora Paola Resende, do IOC/Fiocruz, essa variante apresenta sinais de maior transmissibilidade em outros países, mas ainda é necessário avaliar seu comportamento no Brasil, considerando as diferenças na memória imunológica da população.
Embora tenha sido detectada a presença da XEC, o monitoramento no Brasil confirmou o predomínio da linhagem JN.1, que é a majoritária desde o final de 2023. As autoridades de saúde estão acompanhando a disseminação da nova linhagem e reforçam a importância de manter o monitoramento genômico em todo o território nacional.
A XEC surgiu por recombinação genética entre duas cepas do vírus, um fenômeno que ocorre quando um indivíduo é infectado simultaneamente por duas linhagens virais diferentes.