sábado, julho 26, 2025
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Pesquisadores descobrem molécula em própolis de abelha sem ferrão que elimina larvas do mosquito da dengue

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Um estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB) e startups de Ribeirão Preto identificou uma substância presente na própolis da abelha mandaçaia (Melipona quadrifasciata) capaz de eliminar de 90% a 100% das larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Os resultados foram publicados na revista científica Rapid Communications in Mass Spectrometry. A pesquisa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Ministério da Saúde, que busca alternativas naturais aos larvicidas químicos atualmente utilizados no combate ao mosquito.

De acordo com os pesquisadores, a substância com ação larvicida é um diterpeno presente na chamada geoprópolis, produzida pelas abelhas sem ferrão a partir da mistura de resinas vegetais com terra ou argila. Nos testes, a geoprópolis da mandaçaia causou a morte de 90% das larvas em 24 horas e de 100% em 48 horas. Já a própolis tradicional, feita pela abelha-europeia (Apis mellifera), apresentou baixa eficácia.

As amostras foram coletadas em colônias de mandaçaias localizadas em Bandeirantes, no Paraná. A análise indicou que a eficácia larvicida está relacionada à resina do pinus (Pinus elliottii), árvore cultivada no Brasil para a produção de madeira e resina. A saliva da abelha transforma essa resina em compostos bioativos com ação contra as larvas.

Apesar de a produção natural de geoprópolis ser pequena, a identificação do diterpeno na resina de pinus abre caminho para a produção industrial do composto por meio de processos químicos ou biorreatores.

Segundo os cientistas, o estudo também avaliou própolis de outras abelhas nativas sem ferrão — como borá, mirim e jataí —, mas apenas a da mandaçaia apresentou alta atividade larvicida.

O projeto do Ministério da Saúde também resultou na identificação de outro composto larvicida, ainda não divulgado, presente no óleo essencial de uma planta de cultivo comum. Já foram desenvolvidas versões em pó e comprimido do produto, com proteção da água por até 24 dias.

O artigo científico completo pode ser acessado em inglês sob o título: Characterization of larvicidal diterpene resin acids in Melipona quadrifasciata geopropolis via LC-ESI-MS/MS, GC–MS and computational analysis.

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