A startup brasileira Future Cow está desenvolvendo proteínas do leite sem depender de vacas, por meio de uma tecnologia chamada fermentação de precisão. A empresa é apoiada pela Fapesp, por meio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), e foi uma das dez selecionadas para apresentar sua inovação no estande da USP durante a VivaTech 2024, feira internacional de tecnologia que acontece de 11 a 14 de junho em Paris, na França.
A proposta da Future Cow é produzir, em laboratório, proteínas como caseína e whey protein — presentes naturalmente no leite — utilizando microrganismos como leveduras, que recebem instruções genéticas para fabricar essas substâncias. O processo é similar ao da produção de cerveja, e o produto final pode ser usado como ingrediente pela indústria alimentícia.
Fundada em 2023, a foodtech atua no Parque Tecnológico Supera, em Ribeirão Preto (SP), e já produziu amostras das proteínas. Agora, busca escalar a produção com apoio do CNPEM e avançar rumo à comercialização. A expectativa é que os primeiros produtos estejam prontos até o final de 2026.
Segundo a empresa, essa tecnologia pode atender à crescente demanda da indústria de laticínios sem depender da pecuária tradicional, com impacto positivo na agenda de sustentabilidade e descarbonização. O Brasil, segundo a Future Cow, tem potencial para liderar esse setor devido à abundância de água, energia renovável e açúcar, elementos-chave para o processo produtivo.
A startup não pretende substituir o leite animal, mas atuar como fornecedora de ingredientes para indústrias interessadas em criar produtos híbridos e mais sustentáveis.