A Polícia Civil prendeu 17 pessoas durante uma megaoperação realizada nesta terça-feira (21) contra uma facção criminosa responsável pela coordenação de 84 pontos de tráfico de drogas na capital e Grande São Paulo.
A ação, denominada Operação Auditoria, foi conduzida pela 8ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) e mobilizou cerca de 240 policiais. No total, foram cumpridos 38 mandados de prisão preventiva e 110 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes.
Segundo as investigações, os suspeitos exercem funções administrativas dentro da organização criminosa, com atribuições de cadastrar novos integrantes, fiscalizar atividades e aplicar punições internas. Entre os presos estão 10 auditores e 7 integrantes ligados aos setores de Recursos Humanos e Disciplina da facção.
De acordo com o delegado Guilherme Leonel, responsável pela operação, um dos pontos de tráfico administrados pelos investigados movimentava mais de R$ 700 mil por semana. O nome da operação faz referência ao termo “auditoria”, utilizado pelos criminosos para identificar os responsáveis pelo controle interno das atividades.
As apurações tiveram início há mais de um ano, durante a primeira fase da operação, motivada por denúncias de tráfico de drogas na zona leste de São Paulo. Em fevereiro, equipes da Polícia Civil realizaram as primeiras incursões, apreenderam materiais e iniciaram o inquérito que identificou oito integrantes da facção.
Nesta segunda fase, os policiais identificaram a estrutura administrativa do grupo, que operava com divisão de funções e comunicação organizada por meio de aplicativos de mensagens. Um dos suspeitos presos era responsável por centralizar as informações entre os 84 pontos de venda.
Durante a ação desta terça-feira, os agentes apreenderam drogas, celulares, cadernos de contabilidade do tráfico, documentos e dinheiro em espécie. Todos os presos possuem antecedentes criminais e ligação direta com a facção.
A Polícia Civil também identificou locais utilizados para monitoramento por câmeras e outros pontos de tráfico em fase de expansão.
“O trabalho realizado representa um avanço importante no combate ao tráfico de drogas e na desarticulação da estrutura de uma das principais organizações criminosas do estado”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.
As investigações continuam para identificar e prender outros suspeitos envolvidos no esquema.