Uma mulher de 28 anos e os três filhos, de 12, 2 e 1 ano, foram resgatados de cárcere privado na madrugada desta quinta-feira (25), em Belo Horizonte (MG). O resgate foi realizado pela Polícia Civil de Minas Gerais após a vítima pedir ajuda por mensagem de WhatsApp.
A mulher conseguiu acionar o projeto institucional Remodelar enquanto o companheiro, de 31 anos, não estava em casa. O suspeito foi preso em flagrante e vai responder por ameaça, sequestro e cárcere privado.
Pedido de socorro pelo celular
Segundo a delegada Karla Moreira, da Defam (Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família), o primeiro contato ocorreu por volta das 19h de quarta-feira (24). A vítima relatou que vivia em um aglomerado dominado por facção criminosa e pediu que, ao menos, os filhos fossem retirados do local.
A comunicação foi interrompida quando o agressor retornou. Por volta da meia-noite, a polícia iniciou as buscas, que duraram até as 4h. Nove endereços foram verificados até que os agentes encontraram a residência. No momento do resgate, a mulher amamentava o bebê enquanto todos choravam com medo.
Agressões e ameaças
De acordo com a polícia, a violência começou quando a vítima questionou o companheiro por gastar o dinheiro da família com drogas e jogos. Ele reagiu com tapas, tentativa de enforcamento e ameaças contra ela e os filhos.
Em uma das ocasiões, o suspeito chegou a ameaçar até o bebê de 1 ano. A filha mais velha, de 12 anos, era autorizada a frequentar a escola e chegou a ser cogitada pela mãe como forma de pedir socorro.
Histórico criminal
O homem preso já tinha passagens por tráfico de drogas, roubo, corrupção de menores e violência doméstica. Em dezembro de 2024, havia sido detido por ameaça, mas acabou se reconciliando com a vítima.
“As agressões eram cada vez mais intensas. Ela já vivia uma situação de violência aguda”, afirmou a delegada Karla Moreira.
Prisão em flagrante
O resgate contou com apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal. A chefe do Defam, delegada Danúbia Quadros, classificou o caso como de “extrema covardia e crueldade”.
O suspeito permanece preso e será apresentado em audiência de custódia.