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Papa reconhece virtudes heroicas do rio-clarense Ir. Roberto Giovanni e martírio da mineira Isabel Cristina

Irmão Giovanni e Isabel Cristina Mrad Campos
Irmão Giovanni e Isabel Cristina Mrad Campos

Isabel Cristina Campos foi assassinada em Juiz de Fora, em 1982. Já o Irmão Roberto Giovanni, da Congregação dos Estigmatinos, faleceu aos 90 anos, após uma vida dedicada à assistência espiritual da população, especialmente aos pobres e doentes.

O Papa Francisco recebeu em audiência em 27 de outubro o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Marcello Semeraro, oportunidade em que autorizou a mesma Congregação a promulgar os decretos que reconhecem alguns milagres, martírios e virtudes heroicas. Entre estes, o martírio da Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos, morta por ódio à fé em Juiz de Fora em 1º de setembro de 1982 e as virtudes heroicas do Servo de Deus Roberto Giovanni, nascido em Rio Claro, em 1903.

Servo de Deus Roberto Giovanni

Ir. Roberto Giovanni nasceu em Rio Claro (SP) no dia 16 de março de 1903. Como irmão coadjutor, viveu a maior parte de sua vida na cidade de Casa Branca. Rigoroso consigo próprio, transbordante de amor para com os outros, dedicou-se aos trabalhos domésticos, ao serviço paroquial e ao Santuário Nossa Senhora do Desterro, à assistência espiritual ao povo, principalmente aos pobres e doentes. Sua amabilidade e simplicidade atraíam a todos, simples ou doutos.

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Em novembro de 1993 Irmão Roberto, já enfermo, foi morar em Campinas na casa de repouso dos Padres e Irmãos Estigmatinos. Com o passar dos dias foi acometido de uma pneumonia, deixando seu pobre físico muito debilitado. A sua páscoa definitiva aconteceu às 15 horas do dia 11 de janeiro de 1994, aos 90 anos de idade. O povo de Casa Branca quis que seu corpo fosse sepultado no mesmo Santuário onde ele serviu pela maior parte de sua vida. Foi sepultado ao lado do altar-mor, no lugar exato onde, em vida, costumava rezar.

Após sua morte, o fato de as pessoas o terem como santo e, pelas graças alcançadas por sua intercessão, foi aberto o Processo Canônico para a sua Beatificação e Canonização. (Dados do site dos estigmatinos).

Isabel Cristina

Isabel Cristina nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG), filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos. Com o desejo de fazer Medicina, foi para Juiz de Fora em 1982 se preparar em um curso pré-vestibular. Estudava, namorava, participava de festas, mas tinha uma vida de oração e sonhava ser pediatra para ajudar crianças carentes. Era sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina. Na época, seu pai era presidente do Conselho Central de Barbacena.

No dia 1º de setembro do mesmo ano, um homem que foi montar um guarda-roupa no pequeno apartamento para onde se mudara com seu irmão, tentou violentá-la. Ao oferecer resistência, recebeu uma cadeirada na cabeça, foi amarrada, amordaçada e teve suas roupas rasgadas. Como continuou a resistir, foi morta sem piedade com 15 facadas. Um crime cruel que abalou a família e todos que tomaram conhecimento do caso.

A forma como foi morta, mas sobretudo como viveu, motivou um grupo de pessoas a entrar com o pedido do processo para sua beatificação. A solicitação foi aceita por Roma e, no dia 26 de janeiro de 2001, em Barbacena, foi instalado o processo, quando Isabel Cristina recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus. A causa foi conduzida por um Tribunal Eclesiástico instituído por Dom Luciano, que durante oito anos colheu depoimentos de quase sessenta pessoas, reunindo documentos, ouvindo testemunhos, permitindo assim formalizar o processo. 

O fato de Isabel Cristina ter sido batizada e feito a Primeira Comunhão na Matriz da Piedade, pela ligação afetiva de seus pais com a paróquia, e sobretudo para facilitar a visitação, decidiu-se que seus restos mortais ficariam no Santuário da Piedade. O caixão de madeira com os restos mortais foi lacrado pelo Arcebispo Dom Geraldo, na presença do Postulador, e depois colocado num sarcófago de granito na Capela dos Passos. Também a caixa com toda a documentação foi lacrada e entregue ao sr. Agostini, portador delegado, que a entregou na Congregação para os Santos. (Com informações da Arquidiocese de Mariana)

Os outros decretos

Os decretos também reconhecem:

– o milagre, atribuído à intercessão do Beato Giustino Maria Russolillo, Sacerdote, Fundador da Sociedade das Divinas Vocações e da Congregação das Irmãs das Divinas Vocações; nasceu em 18 de janeiro de 1891 em Pianura di Napoli (Itália) e ali morreu em 2 de agosto de 1955;

– o milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Maria Lorenza Requenses em Longo, Fundadora do Hospital dos Incuráveis ​​de Nápoles e das Monjas Capuchinhas; nasceu por volta de 1463 em Lleida (Espanha) e morreu em Nápoles (Itália) em 21 de dezembro de 1539;

– o milagre, atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Isabel Czacka (no século, Rosa), Fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Servas da Cruz; nascida em 22 de outubro de 1876 em Bila Tserkva (Ucrânia) veio a falecer em Laski (Polônia) em 15 de maio de 1961;

– o martírio dos Servos de Deus Leonardo Melki e Thomas Saleh, sacerdotes professos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; mortos por ódio à fé na Turquia em 1915 e 1917;

– o martírio do Servo de Deus Luigi Lenzini, sacerdote diocesano; morto, por ódio à Fé, em Crocette di Pavullo (Itália) na noite entre 20 e 21 de julho de 1945;

– as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Teresa do Coração de Jesus (nascida Célia Méndez y Delgado), Co-fundadora da Congregação das Servas do Divino Coração de Jesus; nasceu em 11 de fevereiro de 1844 em Fuentes de Andalucía (Espanha) e morreu em Sevilha (Espanha) em 2 de junho de 1908.

Vatican News


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