Por: Lucas Saba

O sistema binário de estrelas é tão raro que só existem cerca de 10 em toda a Via Láctea, ou ainda, um em cada dez bilhões de estrelas. Mais raro ainda: a fusão de nêutrons existente nessas estrelas pode produzir um fenômeno conhecido entre os astrônomos como uma kilonova, uma poderosa explosão capaz de inundar o espaço com ouro. Os nêutrons, como se sabe, formam o núcleo dos átomos, junto com os prótons. Uma estrela binária é um sistema que consiste de duas estrelas orbitando um centro comum.

Astrônomos utilizaram o Telescópio SMARTS, do Observatório Interamericano Cerro Tololo, no Chile, para descobrir o sistema de estrelas binárias. A descoberta faz parte do Programa NOIRLab da NSF – National Science Foundation, dos EUA. O estudo faz parte dos trabalhos desenvolvidos pela AURA – Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia, que reúne instituições de diversos países.

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Sistema estelar que formará uma kilonova. (Crédito: CTIO/NOIRLab)

De acordo com  os astrônomos, o sistema tem todas as características necessárias para desencadear uma kilonova.

O sistema recém-identificado é chamado CPD-29 2176 e está localizado a cerca de 11.400 anos-luz da Terra. Cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros, o que significa que a luz pode percorrer essa distância em um ano da Terra, ou seja, 365 dias.

O sistema foi inicialmente detectado pelo Observatório Neil Gehrels Swift da NASA. Em seguida, outras observações feitas pelo Telescópio SMARTS permitiram que os astrônomos descrevessem as características orbitais e os tipos de estrelas que compõem o sistema; uma estrela de nêutrons criada por uma supernova, bem como uma estrela maciça em órbita próxima, atualmente em processo de se tornar uma supernova.

Além da importância da descoberta de um evento cósmico tão rato, o novo registro abre para os astrônomos a possibilidade de desvendar o mistério relacionado com essas explosões estelares. E pode contribuir para apontar a origem de alguns desses elementos existentes no universo.

O estudo foi publicado na revista cientifica Nature.

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