Graças aos esforços dos cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, uma nova tecnologia de bioengenharia utilizando uma impressora 3D e replicação celular promete revolucionar o tratamento da cegueira ao resolver o problema da escassez de córneas para transplante.

Após anos de pesquisa, os cientistas desenvolveram um método para reproduzir córneas em laboratório, potencialmente fornecendo tratamento para até 30 pessoas a partir de uma única doação. Isso poderia significar uma redução significativa nas filas de espera por transplantes, onde atualmente apenas uma em cada 70 pessoas recebe uma córnea saudável.

A córnea desempenha um papel crucial na visão, atuando como uma espécie de “para-brisa” que direciona a luz para a retina. Quando danificada, seja por doença ou lesão, pode resultar em cegueira ou deficiência visual. Até agora, o transplante de córnea tem sido o único tratamento eficaz para reverter essa condição.

O professor Gerard Sutton, mente por trás do projeto, foi inspirado a desenvolver essa tecnologia após uma viagem a Mianmar em 2004, onde testemunhou a falta de acesso a transplantes de córnea. Ele cofundou a Bienco, a empresa responsável pela tecnologia, e está confiante de que estão próximos de criar um método acessível para produzir córneas em escala.

As córneas artificiais da Bienco são feitas de colágeno, mas o desafio foi torná-las transparentes, já que o colágeno tende a criar tecidos opacos. Superado esse obstáculo, os pesquisadores agora estão focados em desenvolver uma estrutura de córnea que possa ser transplantada.

Com um financiamento substancial do Medical Research Future Fund da Austrália, a Bienco está avançando rapidamente em seu desenvolvimento. Sutton estima que a tecnologia possa estar disponível em três ou quatro anos, oferecendo esperança para milhões de pessoas em todo o mundo que aguardam por uma chance de recuperar a visão.

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