Com a chegada do inverno, cresce a preocupação com o aumento de casos de doenças respiratórias no Brasil. Dados do Ministério da Saúde mostram que os registros de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nas primeiras 24 semanas epidemiológicas de 2025 foram 30% superiores ao mesmo período do ano passado.
O aumento das infecções respiratórias nesta época do ano é atribuído principalmente à maior circulação de vírus como Influenza (gripe), Covid-19 e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), além do comportamento da população, que tende a permanecer mais tempo em locais fechados e com pouca ventilação.
“Com o frio e o tempo seco, as vias respiratórias ficam mais irritadas e vulneráveis a infecções. Além disso, muitas pessoas permanecem em ambientes fechados, o que facilita a transmissão por gotículas no ar”, explica a infectologista Silvia Fonseca, professora do Instituto de Educação Médica.
O Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indica que a incidência de influenza, por exemplo, já representa mais de 40% dos casos graves de SRAG confirmados por vírus entre meados de maio e junho. A gripe também é responsável por metade das mortes causadas por infecções respiratórias registradas no ano.
Mesmo com o aumento de casos, a cobertura vacinal contra a influenza ainda está abaixo do ideal. Segundo o Ministério da Saúde, até esta sexta-feira (20), menos de 40% do público-alvo recebeu a dose em 2025. A vacina protege contra os subtipos A (H1N1 e H3N2) e B do vírus influenza e é considerada eficaz na prevenção de formas graves e mortes.
Outra preocupação é com a covid-19. Apesar da queda nos números de infecções graves, o coronavírus ainda representa 4,2% das mortes por vírus respiratórios registradas nas últimas quatro semanas, segundo a Fiocruz. A vacinação contra a covid-19 continua disponível na rede pública.
Entre as crianças, o VSR segue como uma das principais causas de internação por bronquiolite, principalmente em menores de 2 anos. Atualmente, a vacina contra o VSR está disponível apenas em clínicas particulares, mas o Ministério da Saúde anunciou que irá incorporar a imunização para gestantes no SUS a partir do segundo semestre.
Especialistas reforçam a importância de medidas preventivas, como lavar as mãos, evitar aglomerações e ambientes fechados, manter os ambientes ventilados, utilizar lenços descartáveis e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar. “Além da vacinação, cuidados simples ajudam a evitar infecções e reduzir a transmissão”, destacou a professora de enfermagem Andréia Neves de Sant’Anna.
O inverno no Brasil começou oficialmente nesta sexta-feira (20) e segue até 22 de setembro.