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10 de setembro: falar é a melhor solução

Nayara dos Santos, Psicóloga (CRP/SP: 06/129343) e Elaine A. R. Reis, Psicóloga (CRP/SP: 06/112870)

Durante todo mês de setembro, desde o ano de 2015, no Brasil, vemos iniciativas do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) para a conversa aberta sobre suicídio e sua prevenção, estimulada pela Associação Internacional para Prevenção ao Suicídio (IASP) e vinculado ao dia 10.

A campanha do Setembro Amarelo inicia-se em 1994 com o casal Dale Emme e Darlene Emme, após a consumação do suicídio de seu filho, na época com 17 anos, Mike Emme. Pelo garoto amar seu mustang amarelo foi realizado homenagens em seu velório com fitas amarelas e bilhetes com incentivo a busca de apoio e após esse evento muitas cartas com pedidos de ajuda chegaram a família que iniciou os acolhimentos com o programa “Yellow Ribbon” (em português Fita Amarela) nos Estados Unidos (EUA). Mas, foi a partir do ano de 2003 que a Organização Mundial da Saúde (OMS) institui o dia 10 de setembro e a cor amarela como símbolo da campanha Setembro Amarelo.

Em dados atuais nossa sociedade, em nível mundial, vivencia a real problemática em Saúde Pública. Referente aos crescentes casos de tentativa e consumação do suicídio em nosso pais, onde os dados epidemiológicos apresentados pelo Ministério da Saúde, com levantamento dos anos de 2011 a 2015 pela Vigilância de Violências e Acidentes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (VIVA/Sinan) e pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) apontam que 5,5/100.000 habitantes consumam o suicídio, sendo que, uma pessoa falece por essa causa a cada 45 minutos, são aproximadamente 30 casos por dia, e um atentado autolesivo (como comportamentos de automutilação, dirigir em alta velocidade com desejo da ocorrência de um acidente, abuso de drogas licitas e ilícitas sem recomendação médica, etc.), a cada três segundos, apresentando uma crescente entre adolescentes e idosos, porém, todas as pessoas podem planejar, tentar e consumar o suicídio, sendo mais recorrente as tentativas em mulheres e a morte em homens.

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Ainda é dado que 90% da população que planeja, tenta ou consuma o suicídio sofre de algum transtorno mental, sendo o mais aparente a depressão, acompanhado de transtornos de personalidade, abuso de álcool e outras drogas, por isso o acesso a Saúde Mental, e principalmente a quebra do estigma de que frequentar Psicólogos e/ou Psiquiatras, já que, na verdade, esses são os profissionais preparados e qualificados para o cuidado emocional, cognitivo e psíquico.

Assim como há duas décadas atrás era um grande tabu dialogarmos sobre o câncer, HIV/Aids, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e havia grande incidência foi preciso uma força tarefa e esforço coletivo para romper o silêncio, esclarecendo e conscientizando toda população, assim se faz necessário com o suicídio, o qual atualmente tem indicie maior de mortes comparado as vítimas de Aids e da maioria dos tipos de câncer.

É previsto, segundo a OMS, que ao abordamos esse assunto podemos prevenir 9 a cada 10 casos, por isso o objetivo principal da campanha Setembro Amarelo é o: “falar é a melhor solução”, nesse caso não apenas em setembro mais durante todo o ano, com ações de promoção a valorização da vida.

Para maiores informações esse ano Rio Claro contará com o bate papo “Setembro Amarelo: discussões sobre os vazios da alma” com a presença dos facilitadores Psiquiatra Dr. Felipe Renato Nadai e a Psicóloga Nayara dos Santos no da 20 de setembro de 2019 às 19h30 no auditório da faculdade Anhanguera de Rio Claro, sendo o evento totalmente gratuito e aberto a toda população, sem a necessidade de inscrição prévia.

Assim, o Setembro Amarelo se faz o ano todo. Se você conhece alguém, ou se você pensa, já tentou o suicídio ou atenta contra a própria vida busque auxilio profissional nos Postos de Saúde ou em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Hospitais Gerais, no Centro de Valorização da Vida (CVV) ligando gratuitamente para o 188, e em emergências para 192 ou com profissionais qualificados para escuta e acolhimento.


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