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Herói da vida real, Cabo Taroco nasceu com a missão de servir e proteger

O praça, integrante da Polícia Militar do Estado de São Paulo desde 2005, tem suas ações de bravura reconhecidas internacionalmente

A Polícia Militar do Estado de São Paulo é uma instituição centenária composta por mais de 82 mil homens e mulheres que saem de casa todos os dias com a missão de servir e proteger. Pessoas que colocam em risco as próprias vidas para resguardar o desconhecido e trabalham incansavelmente para defender pessoas, patrimônios, sonhos e esperanças.

O cabo Renato Taroco é um exemplo desse empenho. Com dedicação e amor à profissão que herdou do pai, o praça pertence à instituição há cerca de 14 anos e, por atos de heroísmo durante o atendimento de ocorrências relevantes, ficou conhecido internacionalmente. Após salvar a vida de outros militares em uma viatura em chamas em 2015, ele recebeu o título de “Heróis reais”.

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O policial militar foi o campeão da competição nacional no ano de 2017. Ele foi eleito com mais de 1 milhão de votos populares. Por isso, foi homenageado pela Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), da PMESP, e também pela Swat – a polícia norte-americana altamente especializada, sendo premiado em Beaumont, no Texas (EUA).

Ele tornou-se o 1º policial brasileiro a receber um “certificado de reconhecimento” assinado pelo tenente Kelly Cole, comandante da unidade à época. Na ocasião, também ganhou um curso de treinamento de táticas policiais ministrado por oficiais da Swat. No último mês, novamente retornou ao EUA para uma nova capacitação, que durou do dia 21 de abril a 9 de maio.

“Peguei o 2º lugar da classificação geral neste último treinamento. Muita alegria e honra em representar a minha Polícia Militar e conseguir trazer essa conquista para Marília. Foram 20 dias de sala de aula e treinamentos bem intensos. Tudo que aprendi quero compartilhar com meus parceiros da PM. A todos os departamentos por onde passei e a todos os chefes de polícia que encontrei eu entreguei os brasões do meu batalhão, da Polícia Militar e da nossa bandeira nacional”, contou o PM.

A homenagem recebida foi merecida. Em 2015, o então soldado Taroco e outros policiais, perseguiam um homem que havia acabado de praticar uma tentativa de homicídio em Echaporã. O suspeito fugia sentido à cidade de Paraguaçu Paulista e, durante o percurso, o acusado jogou o veículo, que vinha no sentido contrário, contra a viatura da PM.

Os dois policiais foram arremessados para fora do automóvel que, em seguida, caiu por cima deles. Tanto a viatura quanto o outro veículo começaram a pegar fogo. “Eu escutei um gemido e vi que estavam embaixo da viatura. Foi quando começamos a tentar erguer a viatura com as próprias mãos. Fiz tanta força que quebrei o braço direito”, explicou emocionado.

Durante a ocorrência, o PM ainda rompeu os ligamentos do bíceps, quebrou o tornozelo, além de lesionar a panturrilha, a coxa e coluna. “Tentei levantar novamente com o peito, o outro braço e o rosto. A garra dos policiais me deu força para não desistir. Conseguimos tirar os dois policiais com vida”, contou emocionado.

Viver para servir

Mesmo diante de tudo que enfrentou e das consequências resultantes deste ato de heroísmo, o cabo não desistiu de exercer suas atividades à Polícia Militar. “Faria tudo de novo”, ressaltou o policial que, desde então, por conta das fraturas e outras sequelas, atua administrativamente no quartel do 9º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I).

Salvar vidas está no sangue do policial militar que, além de socorrer colegas de fardas, salvou pela segunda vez uma vida, agora de um recém-nascido. O militar, que ao longo da carreira atuou também no 25º e no 48º BPM/I, responsáveis pelas regiões, Dracena e Hortolândia, respectivamente, estava na unidade no momento em que a família chegou pedindo socorro.

O caso, que aconteceu no mês passado, na cidade de Marília, ganhou repercussão nacional. Para dar vida nova ao pequeno Henrique, os policiais utilizaram técnicas ensinadas aos policiais já no curso de formação.

Entre as manobras utilizadas está a de Heimlich – método de desobstrução de vias aéreas. “Estávamos realizando a guarda do quartel quando uma mãe entrou desesperada, gritando salva meu filho”, explicou.  “Tivemos que realizar a manobra três vezes até que conseguimos reanimá-lo. Quando senti seu coração batendo em minha mão, chorei”, completou.

Com isso, o cabo foi novamente reconhecimento por sua boa atuação e, no dia 8 de maio recebeu o certificado do programa Policial Nota 10, entregue pelo Governo do Estado de São Paulo. “Me senti extremamente lisonjeado e honrado. É muito bom saber que o governador está olhando por nós”, concluiu o policial grato com a homenagem.


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