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Novo normal? No pós-pandemia, desinfeção do ar pode ser comum

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Agência Brasil

Esterilização do ar é alternativa para ambientes fechados que buscam reabertura

Se hoje não é possível imaginar um shopping ou loja de roupas no Brasil sem um aparelho de ar-condicionado, em pouco tempo talvez o senso comum inclua, também, ferramentas que auxiliam na segurança sanitária e desinfecção  completa dos ambientes.

“Mesmo após o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 , o mundo vai funcionar numa outra dinâmica. Não seremos mais os mesmos depois de uma pandemia”, avalia a pneumologista Marina Barros, que reforça: “até então, a perspectiva de uma sala limpa fora do ambiente científico ou hospitalar parece fora da nossa realidade. Mas quando nós imaginamos que todas as pessoas na rua usariam máscaras?”, diz.

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A sala limpa ou clean room, citada pela profissional de saúde, é um ambiente utilizado para testes ou produção de itens que demandam um controle de microorganismos no ar. O local fui uma das inspirações para a produção do Purifica, um aparelho desenvolvido no Brasil e que promete reduzir em até 99,97% a carga viral dos ambientes. Fabricado pela Baumer inicialmente visando a segurança de hospitais, o produto é hoje um das possibilidades de adaptação para espaços com aglomeração de pessoas, como shopping centers e cinemas.

Apesar da proposta segura, porém, o aparelho – de funcionamento complementar ao de um ar-condicionado – não garante a impossibilidade de contágio ou substitui as medidas de prevenção contra a Covid-19. “Mesmo pequeno, ainda existe um índice de partículas que permanecem no ar. Por isso, nós temos o cuidado de alertar que ele não substitui a higiene das mãos ou o uso de máscaras, por exemplo. As medidas de prevenção devem ser usadas em conjunto”, explica Maria Eduarda Baumer, diretora da empresa responsável pelo desenvolvimento do produto. De acordo com a empresária, o esterilizador deve estar inserido no cotidiano pós-pandemia, quando a preocupação com a segurança ainda será prioridade no mundo.

O infectologista Luciano Arraes, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, também alerta que os ambientes públicos , mesmo esterilizados, não devem passar uma ideia de completa imunidade contra o vírus. “A filtração de ar completa só é possível em ambientes muito pequenos e com uma circulação restrita de pessoas, como salas de cirurgia e unidades de terapia intensiva”, defende.

A empresa baseia-se em estudos que apontam a presença do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em partículas como gotículas de saliva, poluição e poeira . Neutralizado as partículas, então, é possível reduzir a transmissão do vírus entre os indivíduos.

“Diferentemente do que temos até hoje no mercado, o projeto Purifica age de baixo para cima, num mecanismo que chamamos de ‘clean room invertido’. É perto do chão que estão as partículas capazes de transportar os vírus e bactérias, então o aparelho limpa esse ar e o devolve purificado para cima”, explica o profissional. Gerson ainda destaca que a capacidade do aparelho deve ser alinhada ao número de pessoas presentes no ambiente, cálculo que considera o tamanho do local e a velocidade de ação no ar.

Fonte: IG SAÚDE


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