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Recuperação da Floresta Estadual de Rio Claro pode demorar anos

Somente a primeira fase da regeneração deve demorar dois anos

A recuperação da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (Feena), antigo Horto Florestal, pode demorar décadas e somente a fase inicial exige, em média, dois anos de cuidado. A informação é do biólogo, especialista em Saneamento Ambiental, mestre em Reuso de Água em Sistemas Rurais e diretor da Pantanal Análises Ambientais e Consultoria, Marcus Paulo Moraes Gomes, 42 anos.

A Floresta Estadual foi alvo de queimadas de grandes extensões nos últimos dias, destruindo a flora e fauna, além de colocar em risco bairros próximos. Os danos são incalculáveis para o meio e a recuperação não é um processo fácil, segundo o especialista. 

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As queimadas provocam emissão de gases tóxicos, supressão da vegetação do sub-bosque, perda de macro e microfauna, o que deixa o ambiente inóspito e aberto para plantas invasoras e gramíneas. 

O equívoco, segundo Gomes, é de se “acreditar que a floresta vai se regenerar sozinha e voltar a ser como antes da queimada, já que o solo perdeu nutrientes e ficará vulnerável aos agentes erosivos, como vento, chuva e enxurradas”. 

O melhor caminho é a elaboração de um projeto de recuperação ambiental, que busque inserir nesse espaço as espécies que foram destruídas pelo fogo, que também considere as características das árvores, iniciando com espécies de crescimento rápido, que depois farão sombra para as espécies clímax, que são árvores de crescimento mais lento, porém com vida mais longa.  

Seca e falta de cuidados

O período de estiagem, entre abril e setembro, com baixa umidade do ar e calor facilita bastante a ocorrência de queimadas, além disso, o uso de fogo em áreas de cana-de-açúcar, festas juninas, balões,práticas inadequadas em propriedades rurais nas proximidades e ações de vândalos com incêndios clandestinos.

“Infelizmente, é um grande período e uma série de cuidados devem ser tomados, porque a Floresta Estadual já tem uma diversidade de espécies grande, que deve ser considerada na recuperação. É importante dizer que a floresta não voltará a ser como antes mesmo com o projeto tentando buscar no que sobrou as referências para isso”, disse Gomes.


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