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“Precisamos entender o que é racismo estrutural”, diz Luiza Trajano, do Magalu


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Brasil Econômico

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Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, entrevistada do Roda Viva nesta segunda-feira (5)

A empresária e mulher mais rica do Brasil , Luiza Helena Trajano, dona do Magazine Luiza, afirmou nesta segunda-feira (5), em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, que “precisamos entender mais o que é o racismo estrutural”, ao ser questionada sobre a polêmica envolvendo o programa de trainee exclusivo para negros anunciado pela empresa para 2021. Ela disse que a novidade foi pensada como uma solução para empresa, e não algo para “revolucionar o Brasil”. A empresária citou a preocupação do Magalu com a diversidade e o problema notado em pesquisa interna, que é a baixa participação de negros nos cargos de liderança da empresa.

“A gente trabalha racismo na empresa há muito tempo. Eu nunca vi ninguém romper paradigma sem criar polêmica, mas a intenção foi resolver uma questão interna nossa, não gerar toda essa discussão”, afirma Luiza Trajano sobre o programa de trainee para negros anunciado para o ano que vem.

A dona do Magalu  afirma que sempre colocou as pessoas em primeiro lugar em sua empresa e, muito por conta disso, cresceu tanto. Fugindo da política partidária, a empresária diz que influencia na política nacional por defender as coisas que acredita e por gostar do que o Brasil tem de bom, mas que “não corre risco” de sair candidata, apesar de se considerar uma política brasileira pelo poder que tem. “Quando eu defendi o Bolsa Família, era porque apoiava o PT, agora apoio a privatização dos Correios sou direita?”, questionou a empresária, que diz defender sempre o que acredita, independentemente de partidos políticos.

Trajano diz que se assustou muito quando viu seu nome entre as 10 pessoas mais ricas do Brasil em ranking da revista Forbes e que se sentiu pressionada por ser considerada a mulher mais rica do país. “Eu gosto muito da Forbes, mas não acredito nesse ranking, porque ele se baseia nas ações, que podem cair e daqui dois anos eu posso nem estar mais na lista”.

Questionada sobre a taxação das grandes fortunas , ela diz que acredita na distribuição de renda, mas que isso precisa ser gerido pelos empresários, com o incentivo à cultura da doação taxativa, como acontece nos Estados Unidos. “Aqui quando eu faço uma doação eu sou taxada sobre a doação, então tem que mudar a regulação toda. Vamos fazer a coisa bem feita para distribuir renda mesmo, pede a empresária.

Defensora de seus propósitos, a empresária ironiza quem a critica por defender o que acredita. “Quem vê pensa que sou uma ONG, não uma empresa de R$ 140 bi”, diz a empresária, que cita que “muitas vezes” já precisou abrir mão de seus propósitos visando o lucro e o crescimento do Magazine Luiza.


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