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Pico de mortes por Covid-19 pode ser maior no fim de 2020 e início de 2021


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Olhar Digital

Nesta terça-feira (29), o Brasil registrou 1.111 mortes pela Covid-19
Rafael Arbulu

Nesta terça-feira (29), o Brasil registrou 1.111 mortes pela Covid-19

Especialistas ouvidos pelo UOL antecipam que um pico de infecções e mortes por Covid-19 podem acontecer entre o final de 2020 e o início de 2021. Segundo o levantamento, há uma grande possibilidade de que a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) traga um impacto maior agora do que houve no começo da pandemia, em março.

De acordo com o UOL, a análise tomou São Paulo como base, registrando a progressão do percentual de isolamento do estado e traçando uma expectativa nada favorável: pelo site, o último domingo (27) contou com índice de 49%, enquanto a segunda-feira (28), dia seguinte, esse número caiu para 42%.

Nesta terça-feira (29), o Brasil registrou 1.111 mortes pela Covid-19, ampliando o total de óbitos para mais de 192 mil. Também nas últimas 24 horas foram mais de 58 mil novas infecções confirmadas.

Os especialistas entrevistados antecipam que os picos de morte por Covid-19 devem começar a aparecer nos próximos 15 dias – período médio de incubação do Sars-Cov-2 em novos infectados. Muito disso se deu pelo fato de que, até domingo, o estado se encontrava na chamada “fase vermelha”, onde apenas serviços essenciais tinham autorização para funcionar. Mesmo assim, a região litorânea de São Paulo já havia começado a receber diversos turistas que se dirigiram às praias para a passagem de ano.

Nesta segunda – e até quinta (31) -, o estado voltou para a “fase amarela”, permitindo que comércios comuns, como bares, restaurantes e academias, voltassem a funcionar com imposição de algumas restrições. A exceção disso é o município de Presidente Prudente, que segue na fase vermelha.

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A chegada de turistas nas praias de São Paulo deve contribuir para uma alta em novas infecções e mortes por Covid-19 nos próximos 15 dias. Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Segundo Paulo Lotufo, professor de epidemiologia da Universidade de São Paulo (USP), o problema não é, necessariamente, “ir” à praia. Se a região litorânea tivesse aglomerações, porém com um mínimo respeito ao distanciamento e promovido por moradores e pessoas da região, a situação poderia ser mais gerenciável. Mas o influxo de turistas complica mais uma situação já arriscada.

“A questão das praias de São Paulo é que quem desce da capital de carro vai no mercado, no bar, na padaria e está tudo lotado. Um monte de aglomeração nos prédios, condomínios… Aí é que está o problema”, disse Lotufo ao UOL. Ele completou: “Os prefeitos fingem não saber: quem vai se contaminar são os trabalhadores, moradores das cidades. Então, daqui um tempo, eles terão uma quantidade muito grande de pessoas infectadas, doentes, por todo esse fluxo de turistas”.

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Números antecipados por especialistas indicam que impacto da Covid-19 agora deve ser maior do que no início da pandemia. Imagem: Lightspring/Shutterstock

A comparação do momento atual com o início da pandemia não é à toa. Segundo os especialistas, em março, os casos registrados nas várias cidades e municípios do estado foram mais pontuais, uma vez que alguns locais tomaram mais providências que outros. Agora, porém, o cenário é outro: o volume de novas infecções e óbitos registrados está aumentando de maneira uniforme por todo o estado.

“Agora tem [coronavírus] no país inteiro. Então, o que acontece é que temos o relaxamento, mais contágio e casos em todos os locais ao mesmo tempo. Aquilo de começar no estado pela capital, ir para a Grande SP, depois ao interior não está acontecendo. Aumentará no estado inteiro”, afirmou Lotufo.

Fonte: UOL

Fonte: IG SAÚDE


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