Mário Jorge Lobo Zagallo, o lendário “Zagallo craque,” nos deixou aos 92 anos, sucumbindo a uma falência múltipla dos órgãos. Sua conexão com o número 13, originada da devoção de sua esposa Alcina a Santo Antônio, reflete-se na frase marcante: “Brasil campeão tem 13 letras.” Sua vida dedicada ao futebol brasileiro estendeu-se por mais de meio século, contribuindo para quatro dos cinco títulos mundiais da seleção amarelinha – como jogador, técnico e coordenador técnico.

O Hospital Barra D’Or, onde Zagallo estava internado desde o final do ano passado, comunicou sua partida, atribuindo-a a uma falência múltipla de órgãos decorrente de múltiplas comorbidades preexistentes. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) declarou luto de sete dias em memória do ícone, e o velório será na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, aberto ao público, seguido pelo sepultamento no Cemitério São João Batista.

Zagallo, alagoano de Atalaia, destacou-se desde jovem, sendo campeão carioca de Amadores em 1949 pelo América-RJ, antes de brilhar no Flamengo, onde conquistou três títulos cariocas. Sua passagem pelo Botafogo, de 1958 a 1964, incluiu dois títulos cariocas e a vitória na Copa do Mundo de 1962 no Chile.

A transição para a carreira de treinador ocorreu aos 34 anos, destacando-se com o Botafogo e levando o Brasil ao tricampeonato mundial em 1970. Após dirigir o Brasil na Copa de 1974, seguiu uma jornada por diferentes clubes e países antes de retornar à seleção em 1991, conquistando novamente a glória como coordenador técnico no tetracampeonato mundial de 1994.

A segunda passagem à frente da amarelinha teve seus altos e baixos, com destaque para as vitórias na Copa das Confederações e na Copa América, ambas em 1997. O vice-campeonato mundial em 1998 encerrou essa fase. Zagallo encerrou sua carreira com passagens por Portuguesa e Flamengo, além de colaborar na conquista das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005 como coordenador técnico.

Ao dirigir a seleção em 135 partidas, Zagallo ostenta o título de treinador com mais jogos no comando da equipe, com um impressionante aproveitamento de 79,7%. Sua contribuição para o futebol brasileiro é indiscutível, e a expressão “Zagallo craque” não é apenas uma coincidência de 13 letras, mas um reflexo de uma trajetória única e vitoriosa.

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